O novo prefeito de Londres Sadik Khan anunciou, início de dezembro, um grande plano de investimento em ciclomobilidade: 770 milhões de libras, ou R$ 3,2 bilhões. É o dobro do que seu antecessor e estrela do referendo do Brexit, Boris Johnson, aplicou na área e muito mais do que as metrópoles latino-americanas já pensaram em investir em ciclomobilidade. Mas em escalas londrinas, o valor parece bastante coerente. Ao todo, a capital do Reino Unido, juntando os municípios ou vilarejos vizinhos, têm um orçamento próximo de R$ 98 bilhões para a área de trânsito e transporte para os próximos anos – mais do que o governo federal, desconsiderando contrapartidas, previa investir no Brasil no PAC da Mobilidade.
São cifras próximas do que países desenvolvidos inteiros, como Dinamarca e Holanda, gastam com o tema. Tudo para que, até 2026, Londres atinja a estatística de 1,5 milhão de deslocamentos diários com bicicleta.
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Segundo informações do site especializado em cidades CityLab, um dos principais projetos desse plano é a criação de duas novas superciclovias – Londres já tem sete em construção com previsão de entrega para março/abril de 2017. A grande missão dessas superciclovias é integrar a malha já existente e os outros modais de transporte para além da cidade em si, envolvendo os municípios vizinhos.
Outro projeto que também deve ganhar mais fôlego com esse investimento em ciclomobilidade é o de criar mais áreas calmas (quietways). Diferente do que Curitiba fez na sua área calma, na região central, sob a gestão de Gustavo Fruet, com a determinação de uma redução na velocidade máxima, em Londres a proposta dessas áreas calmas se dá mais por meio de intervenções físicas em ruas secundárias, de menor fluxo, de maneira a diminuir o espaço para o carro e dar mais espaço para ciclistas e pedestres, o que consequentemente diminui a velocidade dos veículos e o risco de acidentes.
A grande sacada desse movimento é a de criar rotas que alimentem as superciclovias da cidade e os demais modais de massa,além de incentivar que mais pessoas venham a adotar a bicicleta como opção de deslocamento diário e seguro.
A empresa que administra o transporte em Londres, a Transport for London (TfL), divulgou um relatório no final de novembro que mostra que nas regiões onde a prefeitura deu mais espaços para os ciclistas eles realmente vieram a ocupar esses espaços. Seria uma espécie de confirmação de uma demanda reprimida, o que justificaria mais investimento em ciclomobilidade na capital do Reino Unido.
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