Pesquisa da Rede Nossa São Paulo revela que 54% dos que concordam com o aumento na cidade raramente usam ônibus.| Foto: Cesar Ogata/ Secom 10/09/2015/Fotos Públicas.

Pouco mais da metade dos paulistanos apoia o aumento da velocidade máxima nas Marginais do Tietê e Pinheiros na capital paulista. Pesquisa da Rede Nossa São Paulo, divulgada nesta terça-feira (24), revela que 54% dos que concordam com o aumento raramente usam ônibus e utilizam automóveis todos os dias – ou quase todo dia.

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No perfil dos apoiadores, prevalecem os homens, de idade entre 45 e 54 anos, com ensino superior. Entre os contrários (41%), destacam-se os que raramente usam automóveis, as mulheres e os que têm 55 anos ou mais. O resultado é parte do estudo Índice de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), realizado pelo Ibope e publicado na véspera da data anunciada pelo prefeito João Doria (PSDB) para elevação do limite nas vias.

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A gestão tucana recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) nesta segunda-feira (23), contra decisão liminar da 4.ª Vara da Fazenda Pública da Capital que barrou o aumento de velocidade.

No aniversário da cidade, que será comemorado nesta quarta-feira (25), Doria planejou que os limites para carros voltassem a ser de 90 km/h nas pistas expressas das Marginais do Tietê e do Pinheiros, 70 km/h nas pistas centrais da Tietê e 60 km/h nas pistas locais de ambas as Marginais, com exceção da faixa à direita, que permanecerá com limite máximo de 50 km/h em toda a extensão.

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Também em relação à mobilidade, segundo a pesquisa, 62% são contrários à proposta de aumentar o preço da gasolina para reduzir o valor da tarifa de ônibus e 29% são a favor.

Outra questão polêmica abordada no estudo é a aplicação de plebiscito para que a população decida sobre a implantação de obras de alto custo financeiro ou impacto ambiental e social: 90% se dizem favoráveis e 8%, contrários. Em relação à inspeção veicular ambiental, 50% concordam e 43% são contrários.

O levantamento avaliou a percepção dos paulistanos sobre a qualidade de vida na capital. Entre os 71 itens avaliados, as cinco piores áreas são, na ordem: Transparência e Participação Política, Desigualdade Social, Assistência Social, Transporte/Trânsito (Mobilidade) E Habitação. Já as mais bem avaliadas são: Cultura, Esporte, Tecnologia da Informação, Aparência e Estética, e Juventude.

Os respondentes da pesquisa puderam ainda dar nota de 0 a 5 às áreas avaliadas da cidade. Dos quatro itens com menor nível de satisfação (nota até 2,5), três se relacionam com transparência e participação política. São, na ordem: Forma de participação na escolha dos subprefeitos (Transparência e Participação Política), Transparência dos gastos e investimentos públicos (Transparência e Participação Política), Tempo médio entre a marcação e a realização de procedimentos mais complexos (Saúde) e Punição à corrupção (Transparência e Participação Política).

Já os cinco itens com melhor nível de satisfação (nota superior ou igual a 4) na cidade são: Campanhas de vacinação (Saúde), Coleta seletiva em seu bairro (Meio Ambiente), Proximidade de postos de saúde/UBS/AMA (Saúde), Proximidade de cinemas (Cultura) e Oferta e qualidade da coleta de esgoto em sua casa (Habitação).

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PM e radar vão garantir Marginal a 90 km/h

Para tentar reverter a decisão judicial que barrou o aumento da velocidade nas Marginais do Pinheiros e do Tietê, o prefeito João Doria (PSDB) afirmou na segunda-feira (23), à Justiça que vai aumentar o número de radares na via e deve atuar junto com a Polícia Militar para fiscalizar a documentação de motos nas duas vias.

As afirmações estão no recurso apresentado por Doria à Justiça, assinado pelo procurador-geral do Município, Marcos Vinícius Sales dos Santos. A promessa do prefeito, barrada pelo juiz Manoel Fonseca Pires, da 4.ª Vara da Fazenda Pública na sexta-feira passada, era aumentar os limites nesta quarta-feira (25), aniversário da cidade.

No documento, Doria foca tanto nos aspectos técnicos de sua decisão, baseado no programa Marginal Segura, que ainda não foi apresentado na íntegra à população, afirmando ser possível aumentar os limites de velocidade sem elevar o número de acidentes, quanto nos aspectos legais, ao ressaltar que é atribuição da prefeitura determinar qual deve ser a velocidade máxima de cada via.

À Justiça, a prefeitura de São Paulo afirma que colocará 16 radares-pistola para fiscalizar motociclistas, que respondem por 22% das vítimas de acidentes. É uma ação que já vinha acontecendo na cidade: desde o fim da gestão Gilberto Kassab (PSD) e ao longo do mandato de Fernando Haddad (PT) os equipamentos já eram usados com este fim. Os aparelhos vinham sendo operados por guardas-civis metropolitanos. Ao jornal O Estado de S. Paulo, a gestão Doria afirmou que seriam 14, não 16, os radares-pistola.

Outra afirmação de Doria no recurso é que a prefeitura terá “integração com a Polícia Militar (fiscalização das motos e da documentação)”. Questionada sobre esse ponto, a gestão Doria também apresentou informações diferentes das fornecidas à Justiça. Não citou a fiscalização de documentos de motos e descreveu a integração com a PM como “integração operacional, com utilização de câmeras da PM no monitoramento das vias e de helicópteros Águia para atender as ocorrências”.

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O prefeito também prometeu, por escrito, ampliar as equipes operacionais da CET em 35 agentes – sem detalhar quantos agentes trabalham na vias hoje. E ainda citou acréscimo de veículos de serviço nas vias.”