Essa pesquisa financiada pela União Europeia seria a a primeira a relacionar o índice de massa corporal com o uso de um meio de transporte ou outro nas cidades.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Uma pesquisa que monitorou 11 mil voluntários na Europa concluiu, ainda preliminarmente, que pessoas que dirigem carros são, em geral, 4 quilos mais pesadas que aquelas que escolhem a bicicleta como principal meio de locomoção. O estudo, feito em sete capitais europeias, tem como objetivo analisar a relação entre os hábitos de mobilidade e a saúde dos moradores dessas regiões. De um lado, estão informações sobre como as pessoas se movimentam nessas cidades, que meios de transporte usam e com que frequência. De outro, dados como o peso, a altura, a frequência de atividade física.

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A pesquisa “Atividade Física através do Transporte Sustentável” (Pasta, na sigla em inglês) é financiada pela União Europeia – são 4,5 milhões de euros – e está coletando dados em Amberes, Barcelona, Londres, Örebro, Roma, Viena e Zurique.“Os dados finais serão publicados em três meses e incluirão dados mais detalhados sobre assuntos como a possibilidade de a contaminação do ar diminuir significativamente os efeitos positivos de andar de bicicleta”, explicou David Rojas, pesquisador do Instituto de Saúde Global de Barcelona, ao El País. Segundo ele, embora a relação entre transporte ativo e saúde pública seja conhecida há algum tempo, essa é primeira pesquisa a relacionar o índice de massa corporal com o uso de um meio de transporte ou outro.

Exercícios ao ar livre podem compensar efeitos da poluição nas cidades, diz estudo

O estudo, além de sensibilizar os cidadãos, deve servir também para pressionar governantes sobre a importância de se ter infraestrutura apropriada e de se incentivar o transporte ativo. “Uma das cidades analisadas, Örebro, na Suécia, tem muito mais calçadas e estruturas para pedestres e bicicletas e também é uma das cidades com os maiores níveis de atividade física”, exemplificou Rojas ao jornal espanhol.

Poluição

Em meio deste ano, Futuro das Cidades publicou uma reportagem sobre uma pesquisa da Universidade de Cambrigde que teria comprovado que, até certo ponto, fazer atividade física em um ambiente poluído é melhor do que não fazer nada.

A pesquisa apontou que em cidades com níveis de poluição próximos da média global (22 microgramas de partículas por metro cúbico) os benefícios das atividades ao ar livre compensam os riscos, mesmo se o cidadão passar muitas horas diárias praticando tais atividades.

É apenas quando os níveis de partículas sólidas excedem 100 microgramas por metro cúbico no ar que essa equação começa a ficar perigosa. Ainda assim, os efeitos benéficos dos exercícios são maiores, considerando até uma hora de bicicleta ou ainda até 10 horas de caminhada diárias.

Ou seja, a não ser que você trabalhe, por exemplo, como mensageiro em cima de uma bicicleta e em uma cidade particularmente poluída, os riscos de uma atividade ao ar livre não são suficientes para barrar seus benefícios.

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