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futuro das cidades

Nascido em Curitiba, BRT chega a sua 203.ª cidade

Corredor TRansCarioca iniciou sua operação em 2014 | Arthur Moura/Divulgação
Corredor TRansCarioca iniciou sua operação em 2014 (Foto: Arthur Moura/Divulgação)

Nascido em Curitiba, o sistema BRT (Bus Rapid Transit) chegou a sua 203.ª cidade neste ano. Com a inclusão de novas cidades na Ásia, América Central e do Norte, o sistema passou a atender 33,5 milhões de pessoas diariamente. Os dados são do BRTData, plataforma alimentada pelo Embarq World Resources Institute (WRI) – uma organização que discute e promove soluções para cidades sustentáveis.

A marca foi atingida em março, com a inclusão das cidades de Isfahã (135 mil passageiros – 17 Km de extensão), no Irã, Alexandria (1.412 – 6 Km), nos Estados Unidos, Islamabad (125 mil – 23 Km), no Paquistão, e Pachuca (114 mil – 17 Km), no México.

Presente em todos os continentes do planeta, o BRT é um transporte de média capacidade capaz de transportar até 40 mil passageiros por hora. O embrião do sistema nasceu em setembro de 1974, durante a gestão do então prefeito Jaime Lerner. Naquele mês, 20 ônibus expressos passaram transportar cerca de 50 mil pessoas por dia no eixo norte-sul de Curitiba.

Com a implantação do Plano de Mobilidade Urbana em 2012 e a disponibilização de recursos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), projetos desse modal se proliferaram no país. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem 16 corredores. Dois deles foram entregues em função da Copa do Mundo: o TransOeste e o TransCarioca. Sozinhos, eles têm 97 Km de extensão e transportam 450 mil pessoas por dia. Ao todo, 34 cidades brasileiras têm BRT implantado. Apesar de pioneira, Curitiba foi ultrapassada por Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília no ranking das cidades com mais quilômetros de corredores exclusivos implantados.

Esgotamento?

Em Curitiba, há dois modelos de BRT: o Ligeirão (com paradas a cada 3 Km, em média) e o parador (a cada 500 metros). Como o eixo norte-sul é o mais demandado, a gestão Gustavo Fruet defende construir ali o metrô – modal de alta capacidade que transportaria 40 mil pessoas por hora já a partir do terceiro ano de operação (podendo chegar a 80 mil, se necessário). O argumento é de que o BRT está chegando próximo ao esgotamento nesse eixo.

Atualmente, os BRTs do eixo norte-sul operam com capacidade de 18 mil lugares por hora – chegando a 27 mil graças ao reforço de linhas de Ligeirinhos. O BRT Sul transporta 195 mil passageiros por dia e o Norte outros 86 mil. Somando todos os corredores da cidade, 543 mil passageiros são transportados diariamente pelos BRTs curitibanos.

Mas além da capacidade, usuários do sistema de Curitiba veem outros problemas na operação. Eles criticam, por exemplo, a falta de sincronia de semáforos e a formação de comboios nos horários de pico. Segundo a prefeitura, o transporte coletivo tem preferências variáveis nas canaletas em função da importância dos cruzamentos e considerando sempre a prioridade do sentido – em alguns trechos, essa preferência chegaria a 100%.

Já a formação de comboios, diz a administração municipal, depende de fatores como a quantidade de viagens programadas, distância de paradas e incidência de ocorrências atípicas -- como quebras ou existência de linha de trem cruzando o percurso. Como alternativa, a Urbs cita a importância da diminuição do número de viagens/hora de linhas paradoras. Essa será a alternativa, por exemplo, do eixo Norte com a substituição do parador pelo Ligeirão.

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