Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro mal começaram, mas o sucesso do evento na cidade maravilhosa não será determinado nas próximas semanas, e sim nos próximos meses. O legado dos jogos aparece bem depois das competições olímpicas e paralímpicas terminarem. Na verdade, quando a última medalha for distribuída, o Rio vai enfrentar a mesma tarefa que todas as outras cidades que já foram sede dos jogos enfrentaram: aproveitar o status de cidade-sede para impulsionar o turismo, o crescimento da economia e a renovação urbana para as próximas décadas.
E há quase 40 cidades para servirem de exemplo – para bem (como Barcelona) e para o mal (Atenas). Aqui estão seis exemplos de cidades que conseguiram utilizar-se dos Jogos Olímpicos e também exemplos sobre o investimento maciço de que elas precisaram para superar desafios e inovar, mesmo que em algumas ocasiões o resultado final tenha sido inesperado.
Barcelona (Espanha)
Economistas que estudam os Jogos Olímpicos (e eles são poucos) costumam apontar com facilidade a cidade de Barcelona como um exemplo marcando sobre como o evento pode transformar um lugar ordinário em um disputado destino internacional. A cidade costeira espanhola usou uma vez o seu acesso ao mar para a indústria, mas muito dessa iniciativa desapareceu em 1992, quando os jogos aconteceram. Reconhecendo que a costa era pouco aproveitada, o governo construiu a Vila Olímpica de Barcelona sobre a água e também criou uma grande marina e uma praia que, hoje, abrigam muitos restaurantes. O esforço de redesenvolvimento de Barcelona valeu a pena. A cidade recebeu 7,9 milhões de turistas em 2014, número bem maior que o 1,7 milhão de visitantes registrado em 1990.
Lago Plácido (EUA)
A pequena cidade do estado de Nova York, nos Estados Unidos, poderia parecer que não teria capacidades para ser sede de um evento como os Jogos Olímpicos de Inverno de 1980. Para financiar a Vila Olímpica, a cidade teve de contar com o governo federal, que não tinha exatamente o know-how necessário para construir o alojamento dos melhores atletas do mundo. O que foi construído, então? Prisões. É exatamente isso que Lago Plácido herdou, uma prisão que abrigaria os atletas e, depois, detentos. A instituição correcional federal Ray Brook abriga hoje 765 prisioneiros. Outra unidade, a Adirondack Correctional Facility, também foi, durante os Jogos, casa para os agentes da segurança e da organização do evento – para isso, os prisioneiros que lá estavam na ocasião foram temporariamente realocados.
Montreal (Canadá)
O Biodomo de Montreal, umas das principais atrações turísticas da cidade canadense, permite que os visitantes experimentem uma grande variedade de climas, de uma floresta tropical ao Ártico. Essa maravilha da natureza já foi o velódromo dos Jogos Olímpicos de 1976. Desde quando o Biodomo abriu em 1992, já atraiu vários cientistas, estudantes e turistas. O Biodomo é localizado dentro do Parque Olímpico de Montreal, que ainda mantém as arenas esportivas originais do evento e também a Vila Olímpica, hoje escritórios e apartamentos em funcionamento normal.
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Turim (Itália)
O governo italiano tentou vender alguns dos apartamentos dos atletas após os Jogos Olímpicos de Inverno de Turim, em 2006, mas a demanda para imóveis tão mal construídos durante uma crise financeira era quase inexistente. Vários dos prédios ficaram vazios por quase um década até que começaram a ser ocupados por refugiados vindos da África e do Oriente Médio. No último mês de maio, o jornal The Guardian noticiou que 1,1 mil pessoas de 30 países diferentes ocupam os prédios. Enquanto a situação não é regularizada nem desmontada pelas autoridades, ativistas e humanitários ajudaram a transformar partes da antiga Vila Olímpica em salas de aula, lojas, restaurantes e outros tipos de espaços coletivos. Para os refugiados, a estadia não é nada confortável, mas atende as necessidades atuais.
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Munique (Alemanha)
Alguns dos maiores projetos que renovaram a infraestrutura de Munique, na Alemanha, foram construídos como parte dos Jogos Olímpicos de 1972. Talvez o mais notável deles seja o sistema de metrô: U--Bahn. Aberto em 1971 com apenas uma linha e 13 estações, o U-Bahn conta hoje com oito linhas e 96 estações, que deram conta de 390 milhões deslocamentos diários em 2014. A capital da Bavaria tem outros bons exemplos remanescentes do evento. O primeiro estádio olímpico – Olympiastadion – funciona hoje como uma atração turística para aqueles que gostam de esportes urbanos e ao ar livre. Os visitantes podem escalar o teto da edificação numa atividade de cerca de duas horas e, depois, descer de uma por um cabo de aço até o centro do estádio.
Seoul (Coréia do Sul)
Quase trinta anos depois, a presença dos Jogos Olímpicos de 1988 ainda pode ser sentida na capital da Coreia do Sul. Isso fica bem claro quando o visitante passa pelo Portão Mundial da Paz e entra no Parque Olímpico de Seoul. Hoje um dos maiores espaços públicos da cidade, o Parque virou referência para os cidadãos que buscam uma área verde em meio a populosa e desenvolvido Seoul. Com mais de 400 metros quadrados, o Parque é repleto de caminhos de água, pistas de caminhada e instalações de arte, museus e, este aberto mais recentemente, um espaço para concertos. É também o local que abriga a maior arena esportiva do país.
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