Um grupo de pesquisadores do Departamento de Trânsito de Portland, no estado de Oregon, no Noroeste Pacífico dos Estados Unidos, está buscando o melhor desenho para cruzamentos no mundo, tendo o ciclista, a parte mais fraca da equação do trânsito fora o pedestre, como ponto de partida. Entre os modelos mais estudados está o holandês, também conhecido como “cruzamento protegido”, em que há uma separação entre a faixa dos carros a dos ciclistas por pequenas ilhas de concreto. Também se pensa em tempos separados de travessia para cada modal.
Na mesma cidade, um grupo do Centro de Pesquisa e Educação da Universidade Portland quer ir um pouco mais adiante. Por meio de um acordo de cooperação firmado com outros onze municípios da região, esses pesquisadores estão tentando descobrir que tipos de equipamentos/barreiras trazem mais segurança aos ciclistas nas áreas em que há o uso compartilhado das ruas com os carros – algo como a Via Calma de Curitiba.
O modelo adotado em Nova York, com uma faixa de estacionamento entre a faixa para bicicletas e a faixa dos carros, é um dos estudados. Há também exemplos que usam pedaços de meio-fio, tartarugas ou ainda pequenos postes para separar os ciclistas dos carros.
Chegando ao modelo ideal, os pesquisadores se propuseram a elaborar, em até um ano e meio, diretrizes globais que possam ser aplicadas por qualquer departamento de transporte de qualquer cidade para a implantação de vias protegidas para ciclistas.
Sobre a cidade
Não é à toa que essas pesquisas estão ocorrendo em Portland. A cidade norte-americana é tida como referência em planejamento urbano nos EUA e, em especial, na área de ciclomobilidade – serviu de inspiração, entre outras cidades como Nova York e Buenos Aires, para as novas ciclovias de São Paulo.
O Guia de Design de Ciclovias Urbanas, da Associação Nacional de Transporte (NATCO, na sigla em inglês), por exemplo, teve a contribuição de designers de lá, entre eles Nick Falbo, que ficou conhecido há dois anos pelo projeto “protected intersection” ou “cruzamento protegido” – baseado no modelo holandês. O trabalho apareceu em publicações como o jornal Washington Post e a revista Wired.
Hoje, Portland tem mais de 500 quilômetros de ciclovias e a população de Portland parece ter adotado mesmo a ideia da ciclomobilidade. Pesquisas do Departamento de Transportes da cidade mostram que 7,2% dos moradores usam o modal diariamente. É o maior índice entre as grandes cidades norte-americanas. Um resumo dos dados está disponível no site do órgão.
Conheça dois exemplos das ciclovias e ciclofaixas de Portland:
Para quem não está familiarizado com o modelo holandês de cruzamento, este vídeo, de fevereiro de 2014, dá uma ideia. As imagens são de Mark Wagenbuur, um holandês entusiasta da bicileta e que começou a compartilhar vídeos e falar sobre o assunto ainda em 2009, no seu blog. A narração é em inglês.
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