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Motoristas da Gold Táxi 9001, de Fortaleza. Serviço premium foi lançado por sete motoristas da capital cearense em agosto do ano passado. | Gold Taxi/Divulgação
Motoristas da Gold Táxi 9001, de Fortaleza. Serviço premium foi lançado por sete motoristas da capital cearense em agosto do ano passado.| Foto: Gold Taxi/Divulgação

O temor do Uber já mudou a vida de taxistas, mesmo em cidades em que o aplicativo de caronas ainda não chegou. Cooperativas investem em serviços premium, com brindes e uniformes, como forma de fidelizar clientes e preparar o terreno para uma possível chegada do concorrente. A ameaça é maior em cidades como Salvador e Curitiba, onde o Uber já cadastra motoristas interessados em ser seus parceiros, o que indica uma entrada nestes mercados.

Fundada em agosto do ano passado, a Gold Táxi 9001 é uma iniciativa de sete motoristas de Fortaleza que já ofereciam um serviço diferenciado a seus clientes. Resolveram criar uma empresa que tivesse a qualidade como chamariz. Camisa social, gravata ou terno formam o uniforme obrigatório. Além de álcool em gel e toalha, os motoristas oferecem água, bombom e balinhas para os clientes.

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Em Curitiba, as cooperativas Faixa Vermelha e Capital operam serviços premium pela modalidade de táxi executivo regulamentada pelo município. Segundo a Urbs, responsável pelo transporte na capital paranaense, os veículos desta classe não são caracterizados como táxi, devem ter fabricação inferior a três anos, ter cinco portas, ar-condicionado e estado de conservação e higiene “impecável”.

Na Faixa Vermelha, os carros também dispõe de internet wi-fi e opcionais, como água mineral e chocolate. Os motoristas receberam treinamento e trajam roupas sociais. Em seis meses, o número de condutores saltou de cinco para 35, e deve chegar a 40 até o fim do mês.

O serviço Capital Luxo também investe em mimos, como água e balas, além de sortear jantar com os patrocinadores. Os carros são todos do tipo sedan. As duas empresas de Curitiba hoje operam atualmente com um desconto de 23%, o que torna a tarifa do táxi executivo igual à do serviço comum.

Bahia

A Teletaxi, que atua há mais de três décadas no mercado de Salvador, lançou em dezembro de 2015 o “Teletaxi Class”. Informações divulgadas no site da empresa anunciam “água gelada, balas, jornal diário, revistas femininas e infantis, além de cardápio musical, wifi e carregador de celular”. A reportagem não conseguiu contato com o responsável pelo serviço para comentar a iniciativa.

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A Gold Táxi 9001, de Fortaleza, opera no serviço de táxi comum, mesmo, e não no executivo. Um dos fundadores, Márcio de Sá, é taxistas há 13 anos, e conta que a empresa busca combater aquilo que vê como uma “falha”: taxistas “mal trajados, mal educados, com o carro sujo e intenção de enganar o cliente”.

Sá diz não temer o Uber, que ainda não opera no Ceará. “Quem faz as coisas direitinho não tem que temer o Uber. Quem vai para o Uber não é por causa de carro, mas por causa do mal atendimento dos taxistas”.

O advogado Geison Paschoal, que atua na defesa do Consumidor no Rio de Janeiro e na Bahia, acredita a entrada do Uber torna o mercado mais competitivo, o que obriga os taxistas a se adequarem com “criatividade e inteligência”.

Paschoal acredita que profissionais de iniciativa podem se diferenciar da concorrência. E diz que a conta é simples: “Quem não gosta de ser bem tratado? Entrar em um carro com boa música, água e cafe é muito diferente de um que esteja quebrado, cheirando mal, com música alta, onde você é mal tratado”.

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