Esta sexta-feira (18) marca a estreia do Uber em Curitiba. O aplicativo de transporte começou sua operação, oficialmente, às 14h. Na mesma hora, a Gazeta do Povo acionou um Uber e um táxi para sair da sede curitibana do Ministério da Fazenda, na esquina das ruas Marechal Deodoro e Presidente Faria. O destino era o ainda pouco conhecido Parque Vista Alegre, na região dos Mercês.
A empresa não revela o número de motoristas habilitados para trabalhar na cidade. Mas neste primeiro dia o clima era de pontapé inicial. Até as 23 horas da noite desta quinta-feira (17), os parceiros não sabiam que poderiam começar a trabalhar já hoje Os carros chamados não estavam próximos do local da corrida, o que pode ser tanto indício de poucos motoristas como de poucos usuários: como ninguém que está chamando está por perto, o carro precisa se deslocar por longas distâncias até chegar ao passageiro.
No campo político, o clima é hostil. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) disse pela manhã que o aplicativo funciona de forma clandestina, em coro com a declaração feita pela Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran) à reportagem da Gazeta do Povo, no início do mês. Em entrevista à rádio CBN, Fruet considerou “antipática” a postura da empresa, que não procurou a prefeitura para debater a regulamentação do serviço.
Em nível nacional, uma greve de motoristas do Uber está programada para o próximo dia 28, segundo informações do jornal Agora São Paulo. Organizado por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, o movimento pede reajuste das tarifas. No ano passado, a multinacional reduziu de 11% a 22% as tarifas nas quatro cidades que foram as primeiras a receber o App (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasilia).
Com valor de R$ 5, o preço mínimo da corrida, em Curitiba, é o menor praticado nas cidades brasileiras, até agora. Já o preço base, similar à “bandeirada” dos taxistas, é de R$ 3, o mesmo praticado em Porto Alegre, e acima das demais cidades. A corrida ainda custa R$ 0,25 por minuto e R$ 1,12 por quilômetro rodado. (veja os valores em detalhes)
Confira como foi a experiência da Gazeta do Povo com os serviços de táxi e Uber, nessa sexta-feira:
Trajeto
Início: Ministério da Fazenda (Rua Marechal Deodoro, 555, Centro).
Final: Parque Vista Alegre (R. Cel. João Maria Sobrinho, 88, Pilarzinho).
App
- Era cerca de 14h04 quando o aplicativo do Uber se reiniciou sozinho na tela do celular. Após a atualização, a opção de solicitar uma corrida surgiu na tela. O app reconheceu o endereço sem dificuldades e levou poucos segundos para identificar um motorista. Como só aceita cartão de crédito, o aplicativo não dá opção de forma de pagamento. A chamada foi feita em apenas um clique
- Foi acionado às 14h04, mesmo momento que o do Uber. Reconheceu o endereço imediatamente e já estava com a opção de pagamento no cartão selecionada. Pedido feito em apenas um clique. Levou cerca de 30 segundos para encontrar um motorista e colocá-lo a caminho.
Tempo de espera
- Levou 60 minutos para chegar. O aplicativo promete mandar o carro mais próximo do local em que você pede a corrida. Pelo app, o motorista estava na região do Terminal do Portão quando foi feita a chamada. Quando o pedido foi feito, o app indicou que o motorista levaria sete minutos para chegar.
- Segundo o aplicativo, o motorista estava próximo da rua Itupava quando aceitou a corrida. O carro chegou em sete minutos, exatamente o tempo previsto pelo aplicativo.
Carro
- Hyundai HB20. Quatro portas, com ar-condicionado e rádio.
- Renault Logan. Quatro portas, com ar-condicionado e rádio.
Conforto
- O carro estava limpo e confortável. O motorista ofereceu a opção ar-condicionado, que foi ligado e deixou a temperatura do ambiente agradável. O som estava ligado em uma rádio com músicas lentas e volume baixo. Não havia outras regalias nesta primeira viagem. Diferente das viagens seguintes, feitas pela equipe, em que foi oferecido água mineral e a opção de conectar o rádio ao próprio celular da reportagem.
- O carro também estava limpo e com o ar-condicionado ligado (a tarde estava quente em Curitiba). Havia duas revistas a disposição dos passageiros: uma Haus e um guia delivery do Bom Gourmet.
Deslocamento
- O tempo de deslocamento foi de 19 minutos, do Centro de Curitiba até o Parque. Cerca de quatro minutos a mais do que a média da volta. O motorista demonstrou conhecer a cidade de Curitiba, e sabia o sentido para o bairro Mercês antes de colocar no GPS. No entanto, não conhecia o parque, e levou alguns minutos até encontrar uma rua que levasse à entrada do local
- Levou 15 minutos. Por um momento o motorista pareceu perdido, porque o endereço era pouco comum: Parque Vista Alegre. Tendo noção do lado para qual iria, começou a descer a Riachuelo, ainda digitando no GPS o nome da rua para qual iríamos. Uma vez que o GPS localizou o endereço, seguimos sem problemas. Em determinado momento, o trajeto teve que ser alterado, porque algumas ruas estavam bloqueadas. Mas o motorista não teve problema algum para contornar o local e chegar até o parque.
Destreza e direção defensiva
- O motorista dirigiu de forma calma, sempre dentro do limite da velocidade e com respeito às regras de direção defensiva. No entanto teve que utilizar o celular como GPS e fez isso em movimento, sem parar o carro para utilizar o aparelho.
- Experiente, o motorista dirigiu calmamente, respeitando quase todas as regras de trânsito: a exceção foi digitar o endereço do parque no GPS enquanto dirigia.
Preço final
- R$ 16,78
- R$ 22