Uma ideia do passado com soluções tecnológicas do presente é a aposta para o futuro de um grupo de pesquisadores americanos, dinamarqueses e holandeses. Com o objetivo de driblar os dilemas das grandes cidades e adotar um modo de vida mais sustentável, eles começam a construir neste segundo semestre uma vila totalmente autossustentável na cidade de Almere, distante 30 quilômetros de Amsterdã. Ideia semelhante rendeu prêmio a um projeto de alunos da UFPR para a revitalização da Vila Torres, em Curitiba (leia mais).
O projeto nasceu a partir de um relatório da plataforma de sustentabilidade da ONU de 2015 feito por James Ehrlich da ReGen Villages e os professores Larry Leifer e Chris Ford da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Eles se uniram ao escritório de arquitetura dinamarquês Effekt para construir a ideia de aldeia autossustentável.
Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Ehrlich explicou que o conceito da Regen Village é de comunidade regenerativa. “Grande parte da nossa pesquisa e desenvolvimento se enquadra na ideia de combinar os ecossistemas em ciclos de desenvolvimento de menor escala. Por exemplo, usamos bio-geradores que digerem alimentos orgânicos e resíduos pequenos de origem animal em alta proteína, cálcio e nutrição que alimentam nossos peixes e frangos em cooperativas aquaponicas”.
Projeto sustentável para a Vila Torres recebe menção honrosa da ONU
Leia a matéria completaA ideia da Regen Village envolve fornecer água, comida, energia diretamente na porta da casa da pessoa. E essa produção começa dentro da moradia, um conceito, inclusive, que não é novo. Há vilas autosustentáveis implantadas em todo o planeta. No auge do movimento hippie eram mais populares, mas elas continuam existindo. No Brasil, há exemplos em Alto Paraíso, em Goiás, em Brasília e em Lindolfo Collor, no Rio Grande do Sul. Mas a tecnlogia por trás desse novo vilarejo da Holanda é o que lhe confere um caráter inovador e com potencial para ser uma alternativa ao modo de via atual das grandes cidades.
Estima-se que as áreas urbanas ganharão mais de três bilhões de pessoas até 2050, chegando a 10 bilhões de habitantes no planeta terra. Segundo a Organização Mundial da Saúde, os níveis de poluição aumentaram 8% de 2008 para cá e essa é a causa de sete milhões de mortes por ano no planeta. Além disso, apesar de ter registrado queda no porcentual de pessoas que passam fome, a ONU ainda contabiliza quase 800 milhões de pessoas vivendo nessa situação. O desperdício de alimentação é estimado em 30% de toda a produção devido aos deslocamentos. São esses dados que sustentam ideias como a ReGen Village, uma tentativa de reconectar as pessoas em torno de uma vila mais compacta e economicamente viável.
Como funciona
As casas, por exemplo, terão duas paredes, uma segunda de vidro, permitindo que ali sejam cultivadas hortaliças e frutas. Todos os lares, serão 100 no primeiro projeto em Almere, serão equipados com sistemas de captação e reutilização da água da chuva, além de painéis solares para produção de energia, que tambéms será produzida por um sistema de biogás reaproveitado do lixo. Além de peixes e frangos, o vilarejo contará também com a criação de gados, que por sua vez produzirão fertilizantes para as hortas. M detalhes podem ser conferidos no site do projeto.
Como ter uma Regen Village
A partir do momento que recebe o contato de alguém interessado em instalar um vilarejo como esse, a equipe da ReGen Village visita o local desejado para pesquisar o melhor modelo a ser aplicado naquela terra e contexto. O projeto mais adiantado é o de Almere. Mas há estudos em andamento em países como Suécia, Noruega, Dinamarca e Alemanha.
“Primeiramente, nosso projeto está inserido em um contexto de clima frio. Em seguida, iremos desenvolver as comunidades em locais áridos e depois em climas temperados e tropicais. Desde nossa apresentação na Bienal de Veneza [no último mês de maio], recebemos retorno de todos os cantos do planeta, desde proprietários de terras, desenvolvedores, empresas de construção até famílias que querem viver nas Regen Villages”, disse Ehrlich.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Novo decreto de armas de Lula terá poucas mudanças e frustra setor
Brasil cai em ranking global de competitividade no primeiro ano de Lula