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Senado

Futuro de Renan está nas mãos do plenário

Brasil imperial é pano de fundo para "Mauá" | Divulgação/Columbia TriTar Filmes
Brasil imperial é pano de fundo para "Mauá" (Foto: Divulgação/Columbia TriTar Filmes)

Brasília – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado encaminhou para votação em plenário o processo que pede a cassação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). As chances de absolvição do senador são grandes, uma vez que o voto dos 81 senadores será secreto e ele só precisa de 41. O relator na comissão, senador Tasso Jereissati (CE), concluiu em seu parecer que não havia "vício de inconstitucionalidade" no documento e foi seguido por 20 senadores. Houve apenas um voto contrário – o de Wellington Salgado (PMDB-MG), aliado de Renan – e duas abstenções. A decisão será submetida ao plenário provavelmente na próxima quarta-feira, 12.

O relatório já aprovado por 11 a 4 ontem no Conselho de Ética trata de processo no qual Renan é acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da Mendes Júnior. O parecer dos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) citava oito irregularidades que caracterizariam quebra de decoro.

Depois de exatamente três meses de tramitação da representação do PSol, Renan não conseguiu explicar suas ligações com o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo, que entregava à jornalista Mônica Veloso (com quem tem uma filha de três anos) dinheiro para custear suas despesas pessoais.

Além do processo votado ontem, Renan é alvo de outras duas representações. Uma delas, de iniciativa do PSol, se refere a seu suposto lobby na Receita Federal e no INSS para favorecer a cervejaria Schincariol, após a empresa ter pago R$ 27 milhões pela fábrica de refrigerantes do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), seu irmão. A outra, apresentada pelo DEM e pelo PSDB, pede que seja investigada a sociedade de Renan com o usineiro João Lyra na compra de um jornal diário e duas emissoras de rádio em Alagoas em nome de laranjas.

As três horas e quinze minutos de duração da sessão foram marcadas basicamente pela tentativa da tropa de choque de Renan mostrar que o presidente do Senado não cometeu quebra de decoro. Tentaram, mas não conseguiram, e o que se viu foram declarações avulsas contestando aleatoriamente a perícia da Policia Federal.

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) resolveu atacar os relatores do parecer que pede a cassação do mandato de Renan, Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MT). "Se mentir no conselho é quebrar o decoro, indago-me se a quebra de decoro não partiu da própria relatoria neste caso", ameaçou. Seu parceiro na defesa inveterada de Renan, senador Almeida Lima (PMDB-SE), chamou o voto do colega de "demolidor".

Na defesa de Renan, Wellington leu um parecer de 34 páginas, provavelmente feito pela defesa de Renan, no qual procurou desconstruir ponto por ponto os oito itens levantados pelos relatores Marisa e Casagrande, que indicavam a quebra de decoro de Renan.

Casagrande e Marisa responderam: "Fomos duros no nosso relatório. Mas nunca desleais. Nosso relatório é técnico e não temos nada de pessoal contra o senador Renan", disse Casagrande. "Eu teria todas as razões políticas para votar a favor de Renan Calheiros, mas a minha posição aqui está embasada em provas de que ele não agiu como se espera de um parlamentar", completou o senador. "Fizemos um relatório em cima da ética e do decoro", insistiu Marisa, defendendo o trabalho ito por eles.

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