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A primeira fase da Fuvest, realizada ontem em 109 locais de prova, teve questões sobre a gripe suína e a crise financeira mundial. Can­­didatos que fizeram o exame reclamaram da dificuldade das perguntas de Matemática e de Física. A pro­­va teve 90 questões de múltipla escolha de Português, Ma­­temática, História, Física, Geo­­grafia, Quí­­mica, Biologia e Inglês.

Desde 2007, cerca de 10% das perguntas são interdisciplinares. Um exemplo disso neste ano foi a questão sobre gripe suína, que misturava Biologia, História e Ma­­temática nas opções de respostas. Uma das alternativas mencionava a análise combinatória das proteínas do vírus da gripe, uma outra comparava a doença à gripe espanhola e a terceira alternativa falava do sistema imunológico. Já a crise financeira apareceu na prova de Inglês, em textos que mencionavam o desemprego. "Tem de estar acompanhando, ligado no que está acontecendo", disse Estela Lúcia Tavares, que fez a prova em Curitiba e quer cursar Direito.

O índice de abstenção foi de 5,95%, o maior desde o vestibular de 2006. Isso representa 7.624 alunos do total de 128.144 inscritos. A primeira fase do vestibular foi feita em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba. O maior número de faltas foi em Belo Horizonte: 18,49% dos alunos não compareceram.

Para a coordenadora do Cur­­si­­nho da Poli, Alessandra Venturi, o grau de dificuldade, de forma ge­­ral, seguiu a média da Fuvest. Ela considerou que apenas Biologia foi mais fácil do que nos anos anteriores. "Matemática e Português exi­­giram uma atenção maior dos candidatos, mas um aluno bem preparado não encontrou grandes dificuldades. A não ser em relação ao tempo para resolver as questões", disse. Na opinião de Ales­­san­­dra, a prova deste ano conseguiu ser mais interdisciplinar que a das edições anteriores.

Fábio Oliveira, 17 anos, candidato a uma vaga em Jornalismo, foi um dos primeiros a sair do câmpus Pinheiros da Unip, em São Paulo. Para ele, a parte de Humanas estava fácil, ao contrário de Exatas. "Estava complicada, muito conteudista, com teorias e cálculos aprofundados", opinou. Rodrigo Alvarez, 17 anos, candidato ao curso de Administração, apontou questões de Física como as mais complicadas. "Nem fiz algumas contas", disse.

"Sempre tive facilidade com Matemática, mas nesta parte da prova acho que me dei mal", completou o estudante Flávio Bergon­­zo­­ni, 18 anos. Muitos reclamaram de uma questão que pedia para descobrir o baricentro, o ponto de intersecção das medianas de um triângulo.

Para o diretor do Sistema COC, Miguel Castro, apesar das questões interdisciplinares, a prova da Fuvest não se compara à do Enem: "foi bem tradicional como era até então". No geral, o exame também foi considerado dentro das expectativas dos professores, com níveis médio e fácil. "Um candidato bem preparado fez com tranquilidade", afirmou.

Para o estudante de escola pública Guilherme Bessa Bron­­zatto, 17 anos, que busca uma vaga em Ciências Bioló­­gicas, a Fuvest cobrou conteúdos que não foram ensinados para ele. "Tinham umas reações em Química que eu nunca vi na vida. Tendo como base o que a escola pública ensina, a educação é deplorável", afirmou.

A Fuvest oferece neste ano 10.797 vagas. A maioria, 10.607, está na Universidade de São Paulo (USP). O restante é para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa e da Academia de Polícia Militar do Barro Branco. A lista de aprovados para a segunda fase sai no dia 14 de dezembro. Por causa do adiamento do Exame Nacio­­nal do Ensino Médio (Enem), a Fuvest deixou de computar a nota da prova no seu vestibular.

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