Ministério Público investiga denúncias de desvio de dinheiro em sindicato
- RPC TV
Cerca de R$ 120 mil foram apreendidos nesta terça-feira (31) na sede do Sindicato dos Motoristas e Cobradores do Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). Outros R$ 15 mil foram encontrados na casa do diretor financeiro da entidade. Quatro pessoas acabaram presas, entre elas o presidente do Sindimoc, Denílson Pires, que também é vereador na capital.
O recolhimento e as prisões ocorreram durante a operação "Waterfront", deflagrada durante a manhã pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O órgão investiga denúncias de desvio de dinheiro no sindicato. Além dos R$ 120 mil, computadores, documentos, telefones celulares e livros de contabilidade foram recolhidos da sede do sindicato. "Esse dinheiro foi apreendido e, efetivamente, dá uma possível indicação de que houve o ato de desvio, já que ninguém soube explicar porque o dinheiro estava lá", disse o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, em entrevista ao telejornal ParanáTV 2ª Edição, da RPC TV. Ao todo, o MP cumpriu 17 mandados de busca e apreensão.
Além de Denílson Pires, foram presos o diretor financeiro do sindicato, Valdecir Bolette e o advogado da entidade, Valdenir Dielle Dias. Todos são denunciados por apropriação indébita e formação de quadrilha. A assessora de Pires, Nereide de Fátima Butinhoni foi detida por posse ilegal de arma, mas já foi liberada.
O vereador foi preso em casa e levado até a sede do sindicato para fornecer informações aos agentes do Gaeco. Na saída do local, ele negou as acusações. "Estou estranhando tudo isso. Não sei de nada. Nós só trabalhamos pelos trabalhadores", afirmou Pires em entrevista ao telejornal. Ele deve ser encaminhado para o Centro de Triagem II, em Piraquara, na região metropolitana.
De acordo com o MP, o Sindimoc possui uma receita anual de R$ 10 milhões. Parte deste valor vem do pagamento da passagem realizada pelos usuários do sistema de transporte público.
Mesmo comando
As investigações do Gaeco apontaram que um mesmo grupo comanda o sindicato desde a sua fundação. Em 1998, o então presidente, Aristides da Silva, foi assassinado em Itapoá, Santa Catarina. Em fevereiro do ano passado, o secretário-geral do sindicato, Alcir Teixeira, também foi morto. Segundo o Ministério Público, existem informações de que Teixeira iria denunciar irregularidades que ocorrem no sindicato.
Vereador
Denílson Pires está cumprindo seu primeiro mandato como vereador de Curitiba pelo Democratas (DEM). Eleito em 2008, Pires já trabalhou como cobrador e motorista em empresas do transporte coletivo da capital. Ele se filiou ao Sindimoc em 1992 e, seis anos depois, assumiu a presidência da entidade.
O Gaeco informou que recebeu denúncias de que Pires teria usado o dinheiro e a estrutura do sindicato para se eleger vereador. Além disso, uma assessora parlamentar dele seria fantasma na Câmara Municipal. O nome dela consta na folha de pagamento do legislativo municipal, mas ela trabalharia apenas no escritório político do vereador.
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