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OPERAÇÃO RIQUIXÁ II

Gaeco cumpre mandados de busca e apreensão em empresas de ônibus de Curitiba

Promotor Victor Hugo Honesko: mandados foram para verificar a forma como as licitações foram feitas. | Gerson Klaina/ Tribuna do Paraná
Promotor Victor Hugo Honesko: mandados foram para verificar a forma como as licitações foram feitas. (Foto: Gerson Klaina/ Tribuna do Paraná)

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) cumpriu, na manhã desta terça-feira, 10 mandados de busca e apreensão e 16 de condução coercitiva - quando a pessoa não é presa, mas é obrigada a prestar depoimento à Justiça - na segunda fase da Operação Riquixá, que investiga a existência de organização criminosa no transporte coletivo em cidades do Paraná e também no Distrito Federal.

Os mandados estão sendo cumpridos por equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Curitiba, Campo Largo e Guarapuava. Houve busca e apreensão em empresas vinculadas à família Gulin que têm endereço comum a garagens de ônibus dos operadores do transporte coletivo de Curitiba.

Segundo a CPI do Transporte da Câmara de Vereadores de Curitiba, a família Gulin detêm 70% do controle das empresas operadoras do transporte da capital.

Um membro do MP-PR informou que Donato Gulin prestou depoimento na sede do Gaeco, em Curitiba. Ele tem vínculo com a Viação Cidade Sorriso, integrante do consórcio Pioneiro – um dos três vencedores da licitação realizada em 2010. Dante José Gulin estava no Gaeco na manhã desta terça. Ele faz parte da administração da Auto Viação Marechal, que opera em Curitiba. Os promotores não quiseram contar, porém, se foram esses alguns dos empresários alvos de mandados de condução coercitiva nesta manhã. Segundo o Gaeco, os cumprimentos dos mandados foram por extensão da investigação de fraude na licitação do transporte em Guarapuava, não em Curitiba.

“Um grupo de empresários que participa dessas licitações [com suspeita de fraude] em diversos municípios tem sua base em Curitiba. Não temos cumprimento de mandado em empresas de ônibus que operam o transporte da capital. Mas temos mandados de algumas empresas que têm endereços em garagens de ônibus daqui”, afirmou o promotor Victor Hugo Honesko.

Algumas das empresas que constam como administradora da Pérola do Oeste, que opera na cidade da região Centro-Oeste do estado, têm sócios comuns com as empresas que administram viações de Curitiba. Além disso, a promotoria apresentou na denúncia a tese de que a Auto Viação Marechal teria participado da concorrência de Guarapuava apenas para dar aspectos de legalidade no processo.

O cumprimento dos mandados desta terça, segundo Honesko, foi para aumentar o conhecimento da promotoria sobre o modo de operação dos investigados em outas licitações. “Hoje, a ideia era saber ainda mais como funcionava a organização criminosa em cada licitação. Em Guarapuava, temos provas contundentes de que o edital foi construído para que essa empresa vencesse a concorrência”.

O MP-PR não divulgou os nomes ou endereços das pessoas e lugares alvos dos mandados. Foram expedidos dois mandados de condução coercitiva contra pessoas ligadas a escritório de advocacia, três contra ex-servidores públicos de Guarapuava e cinco contra empresários ligados a grupo de transporte coletivo. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em um escritório de advocacia, sete empresas (duas estão no mesmo endereço) e nove residências. Dos 26 mandados expedidos pela 1º Juízo Criminal, 21 foram cumpridos em Curitiba.

Riquixá

A Operação Riquixá chegou a denunciar 22 pessoas em julho de 2016 em sua primeira fase. Entre os denunciados está o ex-prefeito de Guarapuava Luiz Fernando Ribas Carli, pai do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que responde na Justiça a acusação pela morte de dois jovens em acidente de carro em Curitiba em 2009. Não há ex-prefeitos entre os conduzidos coercitivamente nesta terça. Após a denúncia, a defesa de Ribas Carli havia dito que a denúncia do Ministério Público era ”totalmente dissociada das provas colhidas pela própria acusação”.

Quando da deflagração da primeira fase da Operação Riquixá, o Setransp, sindicato das empresas de transporte em Curitiba, havia dito que não se manifestaria porque o sistema da cidade não era alvo da investigação.

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