Um tenente da Polícia Militar, dois investigadores da Polícia Civil, um agente de seguros e uma advogada foram denunciados à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), por envolvimento em um caso de desvio de peças de caminhões. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18) pelo MP-PR, que ajuizou a denúncia contra os supostos envolvidos perante a Vara Criminal de Colombo, na região metropolitana de Curitiba.

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De acordo com Gaeco, o episódio teria ocorrido em 2012, quando peças e componentes de caminhões roubados foram apreendidos pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedc), da capital, em Colombo. Na época, o tenente e os dois policiais civis – que eram, então, investigadores da Dedc – desviaram 42 pneus usados e montados com roda, sete baterias e um tanque de combustível.

A denúncia aponta que os objetos desviados, que nem sequer teriam sido registrados nos autos do inquérito da polícia que tratava dos fatos, foram escondidos em um barracão de terceiros, a pedido do agente de seguros denunciado.

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Dias depois, após tentativa frustrada de vender os pneus, os policiais tentaram providenciar o desmonte das rodas, para que os pneus pudessem ser vendidos separadamente. No momento em que o material estava sendo transportado para uma oficina, as pessoas que levavam as peças foram abordadas pela Polícia Rodoviária Federal e encaminhadas ao Gaeco, onde os objetos foram apreendidos.

No decorrer das investigações, a advogada de um dos abordados teria oferecido pagar ao transportador as despesas do frete para que, em troca, a testemunha fizesse afirmação falsa ou não indicasse a localização do barracão onde tinha carregado as peças.

Os policiais e o agente de seguros são acusados de peculato e a advogada, de corrupção ativa de testemunha, em caso que envolveu desvio de peças de caminhões. O tenente denunciado, conforme o órgão, é o mesmo que no ano passado foi preso pelo Gaeco acusado de liderar um grupo de extermínio na região de Campina Grande do Sul, na chamada Operação Wally.

O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, informou que tanto o dono do barracão onde foram escondidas as peças como as pessoas que realizaram o transporte dos objetos não sabiam do esquema, por isso, não foram denunciados.

Segundo Batisti, durante a investigação, as vítimas que tiveram os caminhões roubados foram chamadas para reconhecer as peças desviadas no esquema. "Várias vítimas comparecerem e muitas reconheceram boa parte, quase todas as peças", afirmou o coordenador.

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Os assaltos aos veículos dos quais as peças foram desviadas foram, em sua maioria, realizados em Curitiba e região metropolitana. Batisti disse também que, por enquanto, não há indícios que apontem mais envolvidos no esquema.