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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ofereceu denúncia, nesta quinta-feira (16), contra cinco policiais civis e um servidor público aposentado, acusados exigir dinheiro para liberar pessoas que haviam sido presas em flagrante, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Eles haviam sido presos preventivamente na madrugada de quarta-feira (15). Segundo as investigações, os acusados formaram núcleo criminoso, que agia na delegacia do município.

Os policiais denunciados são acusados de associação criminosa, concussão (extorsão praticada por agentes públicos), tráfico de drogas e corrupção passiva. Segundo as investigações, o servidor público aposentado se passava por policial civil e também foi denunciado. Ele vai responder por associação criminosa, extorsão e usurpação de função pública.

De acordo com a denúncia, o núcleo foi criado em maio de 2015, dentro da delegacia de Araucária. A partir de então, eles teriam exigido dinheiro de pessoas que haviam sido presas, em troca de “aliviar” os flagrantes. Em um dos fatos denunciados, o grupo teria cobrado R$ 1 mil para liberar um rapaz que havia sido preso pela Guarda Municipal com 27 gramas de maconha. Além de liberar o suspeito, eles teriam devolvido parte da droga ao jovem.

Em outro caso, o grupo teria exigido R$ 40 mil de homem que havia sido detido, sob suspeita de tentativa de homicídio. Eles teriam chegado a negociar receber um automóvel Vectra e um relógio como pagamento. Em outro caso, o valor cobrado pelo núcleo variou de R$ 30 mil a R$ 50 mil.

As investigações foram respaldadas por procedimentos como reconhecimento fotográfico dos acusados, interceptações telefônicas e de mensagens de aplicativos, além de depoimento dos próprios acusados.

Outro lado

O advogado Herbert Rehpein, que representa o policial Mateus Henrique Cunha de Faria, disse vai se “pronunciar apenas nos autos”. O advogado Elias Henrique da Silva Souza, que representa o servidor aposentado Nelson Pereira de Lima, negou a participação de seu cliente em quaisquer crimes. O defensor disse que Pereira apenas era amigo dos policiais civis acusados.

“Ele trabalhou por mais de 30 anos no serviço público e costumava visitar os amigos que tinha em delegacias, mas não teve nenhuma participação em operações policial alguma. Nossa tese vai ser de negativa de autoria”, adiantou o advogado.

A reportagem tentou contato com o advogado dos outros quatro policiais denunciados, mas não conseguiu até as 20 horas desta quinta-feira.

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