Quatro promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, defenderam ontem, em coletiva à imprensa, a operação que resultou na prisão de Marcus Vinícius Michelotto, ex-delegado-geral da Polícia Civil do Paraná. Ele e mais 12 pessoas foram detidas na última terça-feira acusados de envolvimento com a exploração de jogos de azar em Curitiba.
Sem poder dar muitos detalhes devido ao segredo de Justiça no caso, eles afirmam que a investigação é consistente, tanto que já passou pelo crivo do juízo de primeiro grau, que concedeu as prisões temporárias e os mandados de busca. "As prisões expedidas estavam baseadas em elementos de provas", afirmou o coordenador do Gaeco de Curitiba, Denílson Soares de Almeida.
O caso também já passou por avaliação prévia do Tribunal de Justiça, quando um desembargador negou, na semana passada, um pedido de habeas corpus ao ex-delegado-geral. No despacho, o magistrado deixou claro que há fortes indícios de crime.
De acordo com Almeida, os pedidos de prisão foram feitos no dia 8 de novembro. A Justiça ficou com os pedidos por quase um mês analisando os fatos e acabou expedindo as prisões no último dia 4, mas a documentação chegou apenas na tarde do dia seguinte. Os policiais foram presos no último dia 10. Segundo o promotor André Glitz, entre o início da investigação e a operação final, os promotores fizeram vários requerimentos e medidas que acabaram baseando as prisões. "É uma questão técnica e não aleatória.
Liberdade
Michelotto foi solto na madrugada de domingo, beneficiado pelo fim do prazo da prisão temporária. A Justiça negou o pedido de prorrogação das prisões dele e do delegado Geraldo Celezinki feito pelo Gaeco. "Surgiu um acontecimento que justificou o pedido de prorrogação de alguns dos investigados", disse Glitz, sem detalhar que fato foi esse. Procurado por diversas vezes, pela sua assessoria de imprensa e pelo seu advogado, Michelotto não quis, até o momento, conversar com a reportagem da Gazeta do Povo.
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