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Monik e Osíris foram rendidos quando subiam o Morro do Boi | Daniel Derevecki/Arquivo Gazeta do Povo
Monik e Osíris foram rendidos quando subiam o Morro do Boi| Foto: Daniel Derevecki/Arquivo Gazeta do Povo
  • Advogado espera absolvição de Juarez

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado no Paraná (Gaeco-PR) entrou no caso do Morro do Boi após Paulo Unfried ter dito que foi torturado e que seu filho foi ameaçado de morte por policiais para que confessasse o crime de maior repercussão no Paraná em 2009. Poucos acreditaram, na época, na versão de tortura, já que ele foi acusado e reconhecido pelas próprias vítimas como autor de um estupro e roubos, em Matinhos. Porém, após investigar os cinco crimes de que Paulo é acusado, além do caso do Morro do Boi, o Gaeco garante a inocência dele, apesar de não dar os detalhes de como chegou a essa certeza.

Leia a nota enviada pelo Gaeco sobre o caso:

"Em resposta aos questionamentos feitos pelo jornal Gazeta do Povo, o Ministério Público do Paraná, por meio dos promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), esclarece que durante as investigações envolvendo o senhor Paulo Delci Unfried, apontado como suspeito no chamado crime do ‘Morro do Boi’, verificou-se que, nas datas dos crimes de roubo, que antecederam sua prisão, Paulo estava em locais diversos aos dos referidos crimes. De acordo com o Gaeco, verificando a rotina de Paulo na data ‘crime do Morro do Boi’, confirmou-se que ele esteve na companhia de outras pessoas, seus patrões e sua então namorada, no horário em que o crime estava em curso".

Defesa pede nulidade

O advogado que defende Juarez Ferreira Pinto, Nilton Ribeiro, pedirá a nulidade do processo na manifestação que entregará à Justiça nesta semana. O pedido irá se basear no suposto cerceamento de defesa e na falta de imparcialidade do juiz Rafael Kanayama, que acompanhou e coletou a maioria dos depoimentos do processo criminal. O advogado irá sustentar ainda a falta de provas para compravar a autoria do crime por Juarez, que permanece preso, e as contradições dos depoimentos de acusação.

Outro ponto sensível para o advogado é o formato do julgamento. Nilton defende que o caso deveria ir a Júri Popular porque, segundo ele, a Polícia Civil mudou a versão do crime em relação à tentativa de roubo do casal. Ele alega que os policiais criaram posteriormente a versão de que haviam sido roubados R$ 90, que estariam no bolso de Osiris. Para ele, isso foi uma manobra, já que, se o caso se configurasse apenas como assassinato, o juiz poderia repassar a decisão ao júri popular. Como o caso está enquadrado em latrocínio (roubo seguido de morte), a competência de sentenciar é do próprio juiz.

Para Nilton, as diversas recusas de pedidos dele por parte do juiz configuram cerceamento de defesa. "Por que o Célio (ho­­mem para quem Paulo Unfried teria emprestado o revólver 38 em janeiro) não foi ouvido? Porque não foram ouvidas todas as pessoas citadas no caderno (apresentado como prova da presença de Juarez na empresa onde trabalhava)?", questiona. Desde janeiro de 2009, o homem identificado como Célio está sumido de Matinhos.

O advogado questiona ainda a liberdade de Paulo Unfried, que chegou a confessar o crime. Nil­ton rebate a defesa que o Gaeco faz de Paulo. "Provo que o Gaeco está errado."

Apesar de ter o pedido de liminar para colocar Juarez em liberdade negado em várias instâncias da Justiça, Nilton acredita na absolvição do cliente. "Há tanta prova, tanta evidência (da inocência de Juarez). O que eles querem?"

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