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Recife – Foi também num sábado de carnaval, há 30 anos. Setenta e cinco amigos cobertos por um lençol, vestidos de "alma", saíram pelas ruas do centro com a missão de resgatar a folia das épocas do corso, do confete e da serpentina. O idealizador, Enéas Freire, era o mais entusiasmado. E foi quem batizou o bloco de Clube de Máscaras Galo da Madrugada.

Hoje, quase não dorme para pôr na rua o maior bloco do mundo, com 29 orquestras, que arrastam mais de 2 milhões de pessoas por 113 ruas do Recife, como cita o "Guinness". Há gente de todos os cantos, disposta a pagar até R$ 3 mil por uma sacada com vista para os trios.

"Nunca imaginei que o Galo fosse crescer tanto. É um fenômeno. Mas tem também a parte da diretoria que é trazida no meu sistema. Tudo que se passa aqui eu tenho de ser ouvido", diz Enéas, de 85 anos, presidente perpétuo do bloco. Alma do Galo, ele opina sobre tudo, de músicos a fantasias, e sempre carrega um maço de notas de R$ 10 e de R$ 50 no bolso para acertar as últimas pendências. "No Galo você não vê uma pluma, um paetê. É tudo feito com simplicidade, mas com colorido bonito e as melhores prendas do comércio."

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