Curitiba pode amanhecer nesta terça-feira (17) sem coleta seletiva de lixo e sem varrição das ruas. Os trabalhadores da limpeza pública da capital prometem entrar em greve por causa da falta de acordo com a empresa Cavo para o reajuste salarial e aumento nos vales refeição e alimentação. Uma assembleia está marcada para as 7 horas desta terça-feira em frente à empresa, no bairro Rebouças, para decidir se entram ou não em greve.
Nesta segunda-feira (16), uma reunião foi realizada entre trabalhadores, membros do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco) e representantes da Cavo, a empresa que administra a limpeza pública de Curitiba. Segundo o presidente do Siemaco, Manassés Oliveira, a proposta da empresa melhorou, mas ainda está longe do que os empregados pedem.
Na assembleia desta terça-feira, caso os funcionários não aceitem a proposta, a greve será deflagrada imediatamente, pois o indicativo de paralisação já havia sido dado na semana passada pelos trabalhadores. Com a greve, toda a coleta seletiva, limpeza de ruas, limpeza de rios, capinagem e roçada ficarão suspensas, segundo Oliveira. “Vamos manter apenas a coleta de lixo hospitalar”, afirma.
Impasse
De acordo com Oliveira, a empresa fez proposta de reajuste salarial de 9% aos trabalhadores, além de 10% de aumento nos tíquete alimentação e refeição. Os funcionários pedem, entretanto, 20% de aumento nos salários e 30% a mais nos tíquetes. Atualmente o salário de coletor é de R$ 1.118 e de um varredor de rua está em R$ 958, enquanto os tickets alimentação e refeição estão em R$ 266,40 e R$ 470,16, respectivamente.
“No ano passado tivemos um acordo no Tribunal (Regional do Trabalho – TRT) bem acima na inflação e ainda conquistamos abono salarial de R$ 300. A inflação esse ano foi muito mais alta. Esperamos uma proposta que supere a do ano passado”, diz Oliveira. O sindicato diz que ainda aguarda nova proposta da empresa até a manhã de terça-feira.
São, ao todo, 2,5 mil trabalhadores que cuidam da limpeza pública de Curitiba. As duas últimas greves, em março de 2014 e abril de 2013, tiveram dois dias de duração cada, segundo o Siemaco.
A prefeitura de Curitiba informou que não pode interferir nas negociações entre empresa e funcionários, mas espera que ambos entrem em acordo para evitar a greve. Uma equipe do poder público municipal deve definir um plano de contingência para, em caso de a paralisação ser deflagrada, os impactos para a população sejam menores. A assessoria de imprensa da prefeitura comunicou, entretanto, que não havia, até o fim da tarde desta segunda-feira, uma definição sobre quais seriam essas ações.
A Cavo informou que fez uma proposta acima da inflação aos trabalhadores e que vai aguardar a assembleia marcada para a manhã desta terça.
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