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Uma adolescente de 13 anos foi internada, nesta segunda-feira (13), no Hospital Infantil Maria Alice, em Natal, com pelo menos oito agulhas no corpo. Segundo a polícia, ela morava com os pais em Fortaleza e teria fugido para a capital potiguar com o objetivo de escapar das agressões físicas e sexuais sofridas em possíveis rituais de magia negra.

De acordo com Lana Brasil, diretora geral do hospital, a garota realtou aos assistentes sociais e psicólogos que as agressões ocorriam desde os 7 anos. "Em um dos relatos, ela disse que teve as costas cortada por estiletes, além de ter introduzidas em seu corpo as agulhas. Neste dois casos, conseguimos confirmar o que ela disse por exames clínicos. Ela tem cicatrizes nas costas que foram provocadas por ferimentos cortantes. Inicialmente, tínhamos a informação de que ela tinha quatro agulhas no corpo, mas exames de raio-x e tomografia nos mostraram oito agulhas no corpo dela."

Lana disse ainda que a jovem vai passar por uma cirurgia na noite desta quarta-feira (15) para a retirada das agulhas. "Quatro delas estão na parede abdominal e as outras estão na perna. Aparentemente foram colocadas superficialmente e não colocam em risco a vida dela e a integridade de órgãos vitais."

Investigação

O delegado Luiz Lucena, responsável pela investigação do caso, disse ao G1 que a menina chora muito e se mostra bem arredia. "Ela está muito assustada com a situação. Ainda não conseguimos ouvir um depoimento completo dela, mas estamos ganhando a confiança dela para que possamos ajudá-la o mais rápido possível."

Ele disse que avisou o departamento de inteligência da Polícia Civil de Fortaleza sobre o caso. "Não temos informações sobre o endereço dos pais dela. Avisamos os policiais cearenses porque o crime parece ter ocorrido lá. A menina saiu de Fortaleza, fugiu para Mossoró (RN) e depois conseguiu juntar dinheiro para pegar um ônibus até Natal."

Segundo o delegado, a menina teria saído de casa na sexta-feira (10). "No domingo (12), ela procurou ajuda em uma igreja evangélica e um casal deu abrigo para ela até o dia seguinte, quando começou a se queixar de dores provocadas pelas agulhas. O casal levou a criança até o hospital para receber os atendimentos médicos adequados."

Objeto estranho na genitália

Lana informou que o relato da jovem ainda aponta para agressões sexuais. "Fizemos um exame ginecológico e identificamos um objeto estranho introduzido na genitália da menina. Isso confirmar a versão apresentada por ela aos psicólogos. Ele ainda não foi retirado e o laudo deste exame vai ficar pronto nesta quinta-feira (16)."

A diretora do Hospital Infantil Maria Alice disse ter ficado assustada com a gravidade das lesões sofridas pela jovem. "Trabalho há 11 ano hospital e nunca vi um caso como esse. É o primeiro caso de violência com essa crueldade", afirmou Lana.

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