De acordo com um laudo do Instituto de Criminalística do Paraná, a adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, encontrada morta no dia 28 de junho, não foi violentada. A informação foi confirmada ontem pelo próprio diretor-geral do órgão, Leon Grupenmacher, em entrevista a jornalistas.
Segundo ele, a violência sexual está tecnicamente descartada. "Do ponto de vista de violência sexual física, aparente, pelo que eu vi [do laudo], não houve. Eu não participei da necropsia, mas aparentemente não houve [violência sexual]", revelou.
Apesar de Tayná ter sido encontrada morta três dias depois do desaparecimento, Grupenmacher garante que a perícia encontrou condições para colher indícios. "A Polícia Militar isolou a área assim que o corpo foi encontrado, a cena do crime não foi comprometida", avalia.
O diretor-geral descarta a necessidade de se exumar o corpo da adolescente para obter alguma informação adicional. "O tempo que os peritos tiveram com o cadáver foi suficiente para tirar conclusões sólidas, não deixamos dúvidas quando um laudo é finalizado", garantiu. Ele não quis dar mais detalhes sobre o exame, porque o caso segue em segredo de Justiça.
Está confirmado, segundo ele, que não havia sêmen em nenhuma parte do corpo de Tayná, apenas nas roupas íntimas.
Grupenmacher explica, no entanto, que não se pode determinar inocência ou culpa de nenhuma pessoa apenas com as provas periciais. Não cabe à Criminalística, segundo ele, afirmar se houve ou não abuso sexual. Hipóteses como a garota ter praticado o ato consensualmente pouco antes de morrer, ou ter sido forçada sob ameaça (o que não deixaria rastros de agressão no corpo) não são descartados pela criminalística. "A perícia meramente assegura que não houve violência sexual", explica.
A Criminalística ainda deve finalizar a análise do absorvente que Tayná usava, além de concluir alguns exames de DNA de possíveis envolvidos no caso.
Contradições do caso
O rumo das investigações da morte de Tayná começou a mudar justamente a partir de uma declaração por parte da Criminalística. No dia 2 de julho, uma semana após o desaparecimento da jovem, os quatro suspeitos iniciais já estavam presos e haviam confessado o crime. Nesta data, contudo, a perita Jussara Joeckel, do IML, afirmou pela primeira vez que Tayná poderia não ter sido violentada, contrariando a tese inicial dos investigadores.
Apesar da revelação, a Polícia Civil finalizou o inquérito no dia 5 daquele mês, reforçando a tese inicial. No dia 12, no entanto, o resultado de exame de DNA indicou que o sêmen encontrado na calcinha da garota não é compatível com o material genético de nenhum dos quatro acusados.
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