O valor médio destinado às políticas sociais do governo federal por cidadão brasileiro foi em 2009 o dobro do aplicado em 1995. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado ontem mostra que o gasto social per capita passou de R$ 1.382,84 para R$ 2.827,15. Os valores foram destinados para programas nas áreas da saúde, educação, previdência, assistência social, saneamento, entre outras.
Os valores totais passaram de R$ 219,7 bilhões, em 1995, para R$ 541,3 bilhões, em 2009 um aumento de 146%. O estudo descontou o efeito da inflação acumulada no período. Os dados mostram ainda que, em 1995, os gastos sociais federais representavam 11,24% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em 2009, o porcentual chegou a 15,8%, o maior patamar verificado nos 15 anos analisados.
De acordo com o Ipea, a trajetória de crescimento, embora permanente, não foi homogênea. "Há momentos mais lentos, como 2002/2003, e outros mais velozes, como 1996/1997 e 2006/2007", diz o relatório. O comportamento dos gastos sociais também mudou durante a crise financeira mundial. Em 2009, os investimentos aceleraram e cresceram quase 12%, enquanto a economia sofria com a recessão.
Segundo o Ipea, todas as áreas tiveram crescimento acima da inflação. Nem todas, no entanto, conseguiram acompanhar ou superar o ritmo de crescimento da economia brasileira. Nos 15 anos avaliados pelo estudo, previdência e assistência social tiveram aumentos expressivos em relação ao PIB. Passaram a representar, respectivamente, 7,28% e 1,08% daquilo que a economia brasileira produz anualmente. Isoladamente, a área de previdência social responde por quase a metade do gasto social federal. A área de assistência social é o destino de apenas cerca de 1/15 do gasto social federal mesmo com a destacada trajetória de crescimento no período.
Saúde e educação apresentaram comportamento instável, com recuperação acelerada nos últimos três anos.