Os gastos com propaganda já embasaram diversas críticas do candidato à reeleição Roberto Requião ao governo de Jaime Lerner. O relatório divulgado pelo Tribunal de Contas (TC) do Paraná com os gastos do governo atual em 2005, entretanto, deve esvaziar esse argumento.

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No ano passado, as despesas com propaganda governamental chegaram a quase R$ 90 milhões – oito vezes mais que os gastos de 2003, o primeiro de Requião no Palácio Iguaçu neste mandato, ou uma despesa extra de quase R$ 14 milhões se comparada com o que foi pago no terceiro ano do governo Lerner, em 2001.

Um dos tópicos do relatório do TC traz detalhes das despesas que a Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECS) teve com publicidade, e aponta algumas falhas no controle dos gastos. O documento ressalta que "merece destaque" a constatação do pagamento de contas de diversas entidades da Administração Indireta do Paraná – em que se enquadram as universidades estaduais, o Detran-PR e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), por exemplo – com "recursos orçamentários específicos e exclusivos para órgãos da Administração Direta", como as secretarias estaduais.

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Em 2005, foram repassados R$ 6,71 milhões às entidades da Administração Indireta, de acordo com o relatório. "Faltou um pouco mais de cautela, mas não foi cometida nenhuma ilegalidade", afirma o secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro. Em nota, ele ressalta que "boa parte desses gastos foram com a publicação dos atos oficiais, tais como despachos, editais de licitação, chamamento para concursos", além das despesas com campanhas de "interesse público", como Luz Fraterna, Viva o Verão, Educação no Trânsito e o Projeto Fera.

O documento do TC também mostra que alguns órgãos estaduais tiveram despesas maiores das que foram apresentadas e autorizadas por Pedidos de Autorização para Divulgação e Propaganda (PADV), geralmente emitidos pela SECS e que são usados para se ter o controle dos gastos do governo com propaganda.

Entre as repartições apontadas está a Secretaria Estadual da Educação, que teve um gasto de cerca de R$1,8 milhão superior ao que foi autorizado por PADV. Já a despesa da Copel ultrapassou em cerca de R$ 3 milhões o que foi permitido.

As universidades estaduais de Maringá, Ponta Grossa, do Paraná, do Oeste e do Centro-Oeste são destacadas por um gasto total de aproximadamente R$ 815 mil, que não teve qualquer permissão por PADV.

Iatauro explica que esse valor foi usado para divulgar concursos vestibulares. O relatório do TC indica que "o sistema de controle dos PADVs não está sendo suficiente e eficiente para atestar ou autorizar a totalidade desses gastos". O secretário licenciado da Comunicação Social, Airton Pisseti, disse que não iria falar sobre o assunto por não ter conhecimento do relatório, além de estar em férias.

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