Os moradores de Santa Maria formaram filas nesta segunda-feira (12) diante dos postos de saúde para se vacinar contra a febre amarela. A demanda superou a expectativa da Secretaria Municipal da Saúde. Em vez de 800, como estava previsto, foram aplicadas 3 mil doses ao longo do dia. Maior cidade da região central do Estado, com 270 mil habitantes, Santa Maria entrou na chamada "área de risco de ocorrência de febre amarela" na última sexta-feira, depois da confirmação de que a morte de quatro bugios, dois em Júlio de Castilhos e dois em Quevedos, foi provocada pela doença.
Como os moradores de áreas rurais são mais vulneráveis, por estarem próximos às matas, a prefeitura de Santa Maria começa a enviar equipes ao interior do município amanhã, informou a chefe do Setor de Imunização da Secretaria da Saúde, Ana Mota. Em São João do Polesine, município de 2,7 mil habitantes próximo à Santa Maria, também houve um crescimento significativo da procura pela vacina nesta segunda-feira. Segundo o secretário municipal da Saúde, Claiton Müller, a demanda passou de algumas doses diárias para cerca de 120 imunizações. Como tem todas as famílias do município cadastradas, a prefeitura vai oferecer a vacina nos dois postos de saúde por alguns dias e depois procurar em casa quem não procurou a imunização espontaneamente.
Em Santo Ângelo, a vacinação de toda a população começou na semana passada e já atingiu 47 mil dos 80 mil habitantes do município. "Convocamos funcionários que estavam em férias e estendemos o horário de atendimento dos 14 postos de saúde até as 21 horas", relatou o secretário da Saúde Luiz Carlos Cavalheiro. O objetivo é ter toda a população imunizada até sexta-feira.
Desde dezembro, a Secretaria Estadual da Saúde distribuiu 1,05 milhão de doses da vacina em todos os municípios do Estado. A prioridade é para os que estão na área de risco, mas os demais também devem dispor da vacina para oferecê-la a quem vai viajar para o centro e o oeste do Rio Grande do Sul. A imunização não é imediata. A vacina começa a evitar a doença dez dias depois de aplicada e mantém a proteção por dez anos.
A febre amarela silvestre é transmitida pelas fêmeas dos mosquitos heamagogus e sabethes, que vivem somente dentro das matas. Os insetos fazem o vírus circular entre os macacos, que, por isso, são monitorados pela Secretaria da Saúde desde 2001.