As geleiras da Antártica e da Groenlândia, as maiores do mundo, estão derretendo cada vez mais rapidamente, respondendo por um quinto da elevação do nível dos oceanos registrada nos últimos 20 anos. A conclusão é de revisão de mais de 30 estudos realizados desde 1989 com base em dados de dez satélites, que muitas vezes produziram estimativas divergentes sobre o fenômeno, diretamente ligado ao aquecimento global.
Desde que as missões espaciais começaram a observar as alterações nas calotas polares, os estudos apontaram perdas de até 676 bilhões de toneladas de gelo anuais, enquanto alguns chegaram a afirmar que as geleiras da Antártica estariam até aumentando de tamanho.
Segundo a nova análise, que reuniu 47 cientistas de 26 laboratórios espalhados pelo planeta, atualmente apenas Antártica e Groenlândia perdem 344 bilhões de toneladas de gelo glacial por ano, um ritmo três vezes maior do que o de 1990. Toda essa água contribui para uma elevação anual de 0,95 milímetro dos oceanos. Em média, desde 1992 o derretimento das coberturas de gelo nos dois locais levou a uma alta anual de 0,59 milímetro do nível do mar na também média anual de cerca de 3 milímetros observada nestes 20 anos. O restante da elevação é devido principalmente à expansão da água causada pelo aumento da temperatura dos oceanos.
"Nossas novas estimativas da perda de gelo são as mais confiáveis até agora e dão a mais clara evidência do seu derretimento", afirmou Andrew Shepherd, da Universidade de Leeds e um dos líderes do esforço para conciliar os números.
"Elas também põem fim a 20 anos de incertezas sobre as mudanças nas massas de gelo da Antártica e Groenlândia e têm o objetivo de se tornarem o dado padrão para os cientistas climáticos daqui para frente.
A revisão, publicada na revista "Science", soma-se a outro estudo divulgado na 18ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-18), que é realizada em Doha, no Qatar, indicando que o derretimento da chamada permafrost, capa de gelo permanente que cobre cerca de um quarto do Hemisfério Norte, vai liberar enormes depósitos de carbono que passaram milhares de anos presos no solo, agravando ainda mais o aquecimento global. Segundo os cientistas, o ritmo de derretimento da permafrost também está aumentando, em um processo que se autoalimenta: quanto mais este gelo derrete, mais gases-estufa como metano e CO2 são lançados na atmosfera e mais quente fica o planeta, o que derrete mais gelo e assim em diante.
"O potencial impacto disso no clima foi negligenciado por muito tempo", comentou Achim Steiner, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
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