Os irmãos gêmeos Fábio e Fabiano Gomes da Silva, de 35 anos, que sofrem da mesma doença, uma insuficência renal crônica, vão precisar passar por transplantes de rins. Mas a difícil tarefa de procurar doadores compatíveis terminou de forma rápida. A solução veio da própria família: os órgãos serão doados pelas irmãs mais velhas, que também são gêmeas.
Segundo Fábio, o problema foi diagnosticado há cerca de um ano. Os dois sofrem de insuficiência renal crônica, uma doença que paralisa o órgão e que já comprometeu cerca de 85% dos rins de ambos. Diante do susto, as irmãs Luciane da Silva de São José e Silvana da Silva Minatel, de 42 anos, se propuseram a doar. "A primeira coisa que pensei é que queria ajudar. Se for a minha missão, que seja perfeita. Quero dar uma chance de vida para o meu irmão", contou Luciane, em entrevista à RPC TV Maringá.
Para escolher quem doaria para quem, a família lembrou-se de uma brincadeira de infância. "Quando minhas irmãs brincavam de casinha, a Silvana cuidava de mim e a Luciane cuidava do Fabiano", conta Fábio, que deve passar pelo procedimento cirúrgico no próximo dia 20. O transplante de Fabiano ainda não tem data definida porque ele ainda precisa passar por alguns exames.
Enquanto aguardam as cirurgias, os irmãos seguem uma alimentação regulada, com proteínas e potássio sendo ingeridos em pouca quantidade. "Começamos a fazer regime conservatório. Emagreci mais de 10 quilos", conta Fábio.
A reportagem tentou conversar com o médico nefrologista Paulo Roberto Aranha Torres,responsável técnico do Serviço de Diálise e Transplante Renal do Hospital Santa Casa, mas ele não foi localizado para comentar sobre o procedimento que será feito com os irmãos. Os transplantes vão ocorrer no Hospital Santa Casa de Maringá
Procedimento aumenta
O estado do Paraná registrou aumento de 88% no número de transplantes de rim no primeiro semestre deste ano quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o rim foi o órgão que registrou o maior aumento no número de procedimentos. A Central Estadual de Transplantes atribuiu o aumento à melhoria na captação e transportes dos órgãos e ao trabalho das Comissões de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplantes na busca por doadores.