O Paraná despediu-se, ontem, de uma das principais figuras da história do estado. Aos 90 anos, o general Ayrton Pereira Tourinho morreu de parada cardíaca, por volta de 1 hora, em sua residência, no bairro Cabral, em Curitiba. Na presença de centenas de amigos, familiares, companheiros de reserva e militares da ativa, o sepultamento aconteceu, no final da tarde de ontem, no Cemitério Municipal.
A solenidade foi composta por honras militares: seis soldados levaram o caixão até o túmulo e um toque de silêncio foi realizado ao som de corneta. "Ele foi enterrado sem farda, com traje civil. Uma medalha simbolizava sua carreira militar. Foi uma coisa bem simples e humilde, bem do jeito dele", afirma o amigo e general de reserva, Dirceu Ribas Corrêa.
Tourinho foi o primeiro militar paranaense a chegar ao cargo de general do Exército Brasileiro e a atingir o patamar das quatro estrelas. Filho de uma tradicional família de militares e professores do Paraná, Tourinho nasceu em Curitiba, no dia 13 de março de 1915. Na infância, sempre teve como exemplo o pai, o coronel Plínio Tourinho militante com importante atuação na Revolução de 30 e primeiro deputado federal do Paraná. Além disso, orgulhava-se em contar que o avô, o capitão-engenheiro Francisco Antônio Monteiro Tourinho, foi um dos construtores da Estrada da Graciosa e da ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá.
Desde jovem, Tourinho dedicou-se aos estudos e à carreira militar. Após se formar no Ginásio Paranaense (o atual Colégio Estadual do Paraná), mudou-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar do Realengo. A partir de então, o tempo foi dividido em comandos de diversas unidades do Exército e vários cursos de aperfeiçoamento militar, retornando a Curitiba em 1942. "Ele não fazia aquele tipo do general linha-dura. Tinha uma boa relação com o povo. Brincávamos que ele era um general light", conta a filha Glay Tourinho Miró.
No meio militar, Tourinho conheceu Gleuza Medeiros, com quem se casou em 17 de janeiro de 1939, falecida há sete anos. Tiveram três filhas, nove netos e 15 bisnetos. "Ele nunca brigou nem levantou a voz. Bastava balançar a cabeça para sabermos que estávamos erradas", relata Glay. Aposentado desde os 63 anos, Ayrton passou a dedicar-se aos hobbies: o xadrez, esporte em que foi tetracampeão paranaense, a leitura de livros sobre história e ao futebol, torcedor do Coritiba. "Quando jovem ele foi jogador amador do Coxa. Ia em todos os jogos e acompanhava pelo rádio e pela TV. Ultimamente, ele sofria com o possível rebaixamento do time", conta o amigo, general Corrêa.
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