São Paulo O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem que os escândalos políticos recentes estão fazendo "gente séria" se desinteressar pela carreira política. Ele também afirmou que o mensalão constitui uma "visão autoritária de governo" e defendeu a necessidade de uma reforma política.
"Hoje, é muito difícil encontrar pessoas (sérias) que queiram ser candidatos. E eu acredito que isso possa piorar", afirmou ele, durante participação em debate promovido pelo Instituto Ethos.
"Lá no Ceará, o pessoal mais sério desistiu de ser candidato. Porque se não tem emenda (parlamentar no Orçamento da União), não tem (apoio do) prefeito. E não tem dinheiro para fazer campanha. E (candidatos) os mais votados fazem parte da turma das emendas", acrescentou, citando declarações do presidente do seu partido, o senador Tasso Jereissati (CE).
"Visão autoritária"
"O mensalão é uma visão autoritária, é a submissão de um poder a outro: submeter o Legislativo ao Executivo. É fácil bater em deputado, mas deputado é só correia de transmissão. Ele fica só no meio. Todo dinheiro sai do Executivo e tem um corruptor aqui fora", afirmou o candidato.
Alckmin afirmou que leis para reforçar a fidelidade partidária, a cláusula de desempenho, o fim da impunidade para crimes de colarinho branco e o voto distrital são partes de uma reforma política necessária.
A cláusula de desempenho institui exigências de desempenho nas eleições para as legendas terem acesso a verbas públicas.
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