De discussões sobre os rumos do mercado editorial à cosplay de Gralhete a heroína da saga curitibana O Gralha , a Gibicon 2 Convenção Internacional de Quadrinhos de Curitiba, que concentrou suas atividades no Museu Municipal de Arte (MuMa), trouxe perspectivas sobre o crescimento evidente de um filão e colocou a cidade, definitivamente, como trajeto essencial do mercado de HQs no Brasil.
Por quatro dias, mais de 20 mil pessoas, segundo a organização, passaram pelo MuMa e tiveram acesso a 13 exposições, 33 mesas, 16 palestras, 37 oficinas e inúmeros lançamentos estratégia adotada à maneira da FIQ-BH, em Minas Gerais, o maior evento do gênero no país. "Conseguimos concentrar toda a programação em um único local. O espaço funcionou muito, com horários mais adequados do que na edição anterior", afirma Fabrizio Andriani, coordenador e curador da Gibicon.
Se muitas mesas e palestras analisaram o mercado editorial e as formas de publicação não foram raros os embates sobre a dicotomia impresso-digital e as plataformas de financiamento coletivo os estandes, que se espalharam por três espaços e dois andares, reluziam. Em algumas lojas, a fila para pagar passava dos 20 minutos. "Foi a primeira vez que estive como autor e representando um selo. Foi incrível. Tive a oportunidade de conhecer de perto grandes quadrinistas e as vendas foram muito acima do esperado", diz o curitibano Richard Follmann, da Caçarola Editorial.
Pesos pesados
De grifes nacionais como Rafael Coutinho, Fábio Moon e Solda, passando por desenhistas consagrados no mercado editorial internacional, como Marcello Quintanilla e Carlos Magno, além dos arrasa-quarteirões Kim Jung Gi e David Lloyd, desenhista de V de Vingança, a Gibicon conseguiu traçar um panorama da produção contemporânea, apesar de alguns problemas técnicos, como uma "praça de alimentação" modesta, superlotação, principalmente no sábado, e acesso precário à internet, fatores que podem ser resolvidos em uma próxima edição. Público não faltará.