O jornalista Glenn Greenwald anunciou sua saída do The Intercept, nesta quinta-feira (29) e alegou que o veículo, do qual ele é cofundador, tentou censurar uma coluna dele em que criticava Joe Biden.
Greenwald afirmou que vai continuar publicando seus textos, agora como freelancer, na plataforma Substack, em parceria com jornalistas como Matt Taibbi e Andrew Sullivan.
Sullivan anunciou, em julho, que havia saído da New York Magazine. Na época, afirmou que editores e redatores foram forçados a se comprometer com uma “teoria crítica em questões de raça, gênero, orientação sexual e identidade de gênero”.
Greenwald expôs as razões de sua demissão em uma postagem no Substack.
“A causa final [da demissão] é que os editores do The Intercept, em violação do meu direito contratual de liberdade editorial, censuraram um artigo que escrevi esta semana, recusando-se a publicá-lo a menos que eu removesse todas as partes críticas ao candidato presidencial democrata Joe Biden”, afirmou Greenwald. Atacando “todos os editores da Intercept com sede em Nova York” que apoiam Biden “veementemente”, Greenwald afirmou que “os meios de comunicação modernos não veiculam opiniões discordantes; eles as anulam. ”
Greenwald escreveu que o artigo que seus editores queriam censurar se referia a documentos relativos à conduta de Joe Biden na Ucrânia e na China. Ele criticou o que chamou de “profundo medo” do Intercept de “ofender o progressismo cultural hegemônico e as 'estrelas' de centro-esquerda do Twitter, e uma necessidade abrangente de garantir a aprovação e admiração dos principais meios de comunicação”. Ele disse ainda que The Intercept foi criado “para se opor, criticar e subverter".
Na quarta-feira, no podcast The Joe Rogan Experience, Greenwald criticou o que chamou de relutância da mídia em falar sobre Joe Biden e seu filho Hunter.
“Eles estão todos desesperados com Trump e querem que ele perca a eleição” , disse Greenwald, referindo-se a vários meios de comunicação. “Eles não querem ser desprezados em seus círculos sociais. E então eles estão dispostos a abdicar de sua função jornalística, que é tratar de umas das pessoas mais poderosas do mundo, Joe Biden, em parte porque querem manipular e mexer nas eleições usando o jornalismo. Mas em grande parte também porque eles têm medo de ouvir gritos no Twitter”.
Esquerdista ferrenho, que fez seu nome expondo o que considerava como excessos do estado de vigilância da era Bush, Greenwald ganhou, recentemente, elogios de conservadores por sua cobertura cética da investigação na Rússia.
A demissão de Greenwald também ocorreu após uma grande mudança no New York Times no início de junho, quando funcionários do jornal protestaram abertamente contra a publicação de um artigo de opinião do senador Tom Cotton (do Partido Republicano, do estado do Arkansas), no qual ele pediu o envio de tropas federais para conter os tumultos após a morte de George Floyd. O Times posteriormente demitiu o editor de opinião, James Bennett, e o jornalista da editoria de opinião Bari Weiss anunciou sua demissão do jornal pouco depois.
© 2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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