Cerca de 30 mil pessoas, segundo contagem não-oficial da organização, participaram do Go Skate Day 2014 em Curitiba. O evento anual realizado em diversas cidades do mundo pretende incentivar e conscientizar sobre o esporte de rua e teve sua sexta edição na capital paranaense neste domingo (28).
O Go Skate Day fechou a programação da Semana Cultural do Skate, que trouxe ao espaço do Museu Municipal de Arte (MuMA), no Portão Cultural, uma série de filmes e palestras sobre o esporte.
Apesar do frio e da chuva fina que caiu no meio da tarde, a animação não diminuiu. A concentração de skatistas partiu por volta das 13 horas da Praça Santos Andrade, ao som de hip hop nacional e gritos a favor do esporte, em direção à Praça Nossa Senhora de Salete. No Centro Cívico várias atividades foram planejadas para o dia: competições, shows com 12 bandas, sorteio de brindes e uma estrutura de gastronomia de rua para atender aos entusiastas do esporte adolescentes, em sua grande maioria.
Um deles é o estudante William Ramos Batista do Prado, morador do Tatuquara, 16 anos e skatista a um ano e meio. "É a primeira vez que eu venho aqui, é da hora. Já conheço muita gente daqui de outros campeonatos, e um evento como esse valoriza o skate no Brasil, que já não é muita coisa. As pessoas pensam que é só maloqueiro que anda, mas tem muito trabalhador que anda nas horas vagas", afirma. A estudante Yohanna Greca, de 18 anos e vencedora de uma competição na modalidade downhill, concorda. "Todo ano eu venho, e esse ano tá muito organizado. O skate não é um crime, não é um esporte de maloqueiro e drogado como as pessoas acham, é um esporte como qualquer outro", afirma.
"É bem maior do que eu esperava. O evento só cresce, e desde 2009 a gente trabalha para chamar a atenção da cidade para a quantidade de skatista que Curitiba tem, porque o investimento na área é zero", diz o diretor de planejamento do Go Skate Day, Rodrigo Garbellotto.
Ele agradeceu o apoio da prefeitura de Curitiba, que disponibilizou a infraestrutura para o evento, mas se queixa da falta de políticas públicas mais definidas para o esporte. "No ano passado, haviam prometido oito novas pistas de skate. Além de não termos nenhuma dessas oito ainda, perdemos a da praça do [estádio do] Atlético, que foi removida para a estrutura da Copa do Mundo".Por essa razão, uma das reivindicações desta edição é o Movimento Skate Center.
De acordo com o porta-voz, Raphael Braciak, a ideia é "canalizar os esforços por melhorias no skate na cidade para um único lugar, que atenda à demanda da cidade". O novo lugar abrigaria, além de um parque de skate com as três principais modalidades street, vertical e bowl um espaço para desenvolvimentos de novos atletas, uma academia e um centro de acompanhamento psicológico. "A prefeitura desde sempre apoiou o skate em Curitiba, tanto que temos 27 parques públicos na cidade. A grande maioria deles, porém não atende à demanda e apresentam problemas de segurança ou de estrutura", avalia Braciak.
De acordo com a Federação Paranaense de Skate, Curitiba tem hoje 70 mil praticantes.
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