Um homem acusado de integrar uma quadrilha especializada em fraudar documentos de aposentados de Curitiba e região metropolitana, para conseguir empréstimos em financiadoras e emissões de cartões de crédito, foi preso ontem pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). João Luís Freitas Ribeiro, 27 anos, foi detido na casa onde morava, em São José dos Pinhais. A polícia procura agora Cícero de Oliveira Teixeira, 29 anos, suspeito de ser o mentor da quadrilha. Outros dois envolvidos também estão sendo investigados.
De acordo com o delegado do Cope, Renato Bastos Figueroa, o golpe consistia em conseguir o nome de um aposentado, levantar o número do CPF e informações dos benefícios recebidos por ele pela Previdência Social, com a ajuda do site do INSS. O grupo então reproduzia carteiras de identidade, contas da Sanepar para atestar a residência e comprovantes de renda para dar fidelidade à documentação do requerente do empréstimo.
"Não é um golpe novo e o grupo se vale da sensibilidade dos idosos, o que facilita a quantidade de pessoas envolvidas", comenta. O prejuízo ainda não pode ser avaliado, segundo ele. "Mas pela quantidade de material apreendido na residência sabe-se que é um caso de vulto."
Nos documentos apresentados ontem à tarde pela polícia chegam a constar quatro nomes por folha, totalizando cerca de 400 vítimas. "Quanto aos valores dos empréstimos ,eram sempre entre R$ 500 a R$ 1,5 mil. Assim, os lesados não desconfiavam ao receber a aposentadoria, já que a cobrança dos valores era debitada em conta", explica Figueroa.
Além dos empréstimos, a quadrilha aplicava golpes com cartão de crédito. Os outros dois envolvidos, com idade em torno de 60 anos, eram responsáveis pelo recebimento dos valores e efetuação de compras com os cartões de crédito falsos. Os acusados usavam suas próprias fotos para adulterar carteiras de identidade com nomes de aposentados verdadeiros.
Com Ribeiro, a polícia apreendeu cartões de crédito do banco Cruzeiro do Sul, cédulas de identidade em branco, extratos de aposentados, fichas em branco para solicitação de financiamento, folhas com dados cadastrais de possíveis vítimas e um programa de informática usado para inserir dados falsos na cédula de identidade.
Ribeiro deve responder pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato, receptação e falsificação de documentos. A pena para todos estes crimes chega a 10 anos. O acusado já tinha ficha policial por ameaça, apropriação indébita, estelionato, falsificação de documentos e uso de documento falso.
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