Pelo menos 30 vítimas diretas ou indiretas da taróloga Danielle Gaich Nicolitz, presa com outras duas pessoas na última terça-feira por suspeita de aplicar golpes nos clientes, devem depor na polícia nas próximas duas semanas. Até o momento, apenas as pessoas que já foram ouvidas na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (Dedec) teriam sido lesadas em aproximadamente R$ 1 milhão, segundo a polícia.
"Teve gente que pagou cinco, quinze, setenta, até cento e cinquenta mil reais", contou o delegado Matheus Laiola, da Dedec. "Já ouvimos dezoito pessoas, e a estimativa rasa é que eles tenham desembolsado esse valor [R$ 1 milhão], mas o número deve ser superior", afirmou.
Em todos os casos, de acordo com Laiola, o método usado pelos estelionatários era semelhante. Demandavam quantias crescentes de dinheiro por algum trabalho espiritual, com a promessa de que reembolsariam os clientes, mas o valor nunca era devolvido.
"Em geral, começavam pedindo pouco, mas todas as vítimas acabaram depositando no mínimo R$ 5 mil", conta. A mulher que levou o caso a público, denunciando a taróloga à emissora RPC TV, afirma ter desembolsado R$ 381 mil, em várias parcelas.
O golpe, segundo Laiola, seria antigo. "Temos uma denunciante de 2006, que teria entregado até o próprio apartamento aos golpistas, e outra que afirma ter sido vítima deles em 1998", disse.
Preventiva
Cinco pessoas já foram oficialmente arroladas como suspeitos de participação no esquema. Estão presos o marido de Danielle e o presidente do Conselho Mediúnico do Brasil (Cebras). Além deles, estão foragidos sogro e sogra da suspeita.
Ontem, a Dedec pediu à juíza Sayonara Sedano, da 8.ª Vara Criminal de Curitiba, a prisão preventiva dos acusados, o que permite que eles fiquem na delegacia por tempo indeterminado enquanto durarem as investigações.
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