A pesquisa Shape of Nations constatou que a maioria das pessoas dá mais importância ao peso do que ao excesso de gordura na região do abdômen. No entanto, a "barriguinha" indica que a pessoa tem uma série de fatores de risco, diz o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da faculdade de Medicina da USP. Segundo ele, o colesterol alto, a resistência à insulina, o diabetes tipo 2, a hipertensão e a trombose estão relacionados a um tamanho grande de circunferência abdominal. "Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a adiposidade intra-abdominal localizada ao redor dos principais órgãos do corpo representa mais perigo à saúde do que a gordura subcutânea", afirma.
Segundo Halpern, as complicações decorrentes de fatores de risco clássicos como fumo, colesterol e pressão arterial elevada vem diminuindo porque a população já reconhece esses fatores como perigosos e aprendeu a combatê-los. "Nosso objetivo é que a obesidade abdominal também seja vista e combatida com a mesma importância."
O endocrinologista, Henrique Suplicy, responsável pelo setor de obesidade do Hospital das Clínicas da UFPR, explica que o tecido adiposo tem um metabolismo muito acelerado que, devido a isso, são liberadas uma série de substâncias no organismo, entre elas os ácidos graxos. Esses ácidos, quando em excesso no sangue, podem levar a complicações como diabete, hipertensão e colesterol alto.
A gordura, no corpo humano, tende a se concentrar geralmente na cintura ou ao redor do quadril e das nádegas. Na primeira situação, diz-se que a pessoa tem a silhueta em forma de maçã e, no segundo caso, em forma de pera. "Quem se encaixa no formato maçã tem mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares. No entanto ambos os casos são preocupantes", afirma a cardiologista Maria do Rocio Peixoto, do Hospital Cardiológico Costantini. (CV)
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