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Goteiras ameaçam o acervo do Museu do Tropeiro

Movimento tropeiro ajudou a fundar várias cidades no Paraná entre os séculos 17 e 19 | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Movimento tropeiro ajudou a fundar várias cidades no Paraná entre os séculos 17 e 19 (Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo)
Estribos e peças usadas no ciclo do tropeirismo |

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Estribos e peças usadas no ciclo do tropeirismo

Museu é tido como o único do país com peças originais em seu acervo |

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Museu é tido como o único do país com peças originais em seu acervo

Parte do acervo não está mais disponível para visitação no novo espaço |

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Parte do acervo não está mais disponível para visitação no novo espaço

Museu do Tropeiro agora está na Casa da Praça, em frente à Catedral de Sant’Ana, em Castro |

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Museu do Tropeiro agora está na Casa da Praça, em frente à Catedral de Sant’Ana, em Castro

O acervo do Museu do Tropeiro, em Castro, na Região dos Campos Gerais, mudou de endereço por tempo indeterminado. As condições precárias do prédio original, inaugurado em 1977, e que hoje sofre com goteiras e infiltrações, forçaram a transferência para garantir a segurança dos visitantes e a manutenção das peças.

O espaço é tido como o único do Brasil a conter peças originais usadas no ciclo do tropeirismo, que ocorreu dos séculos 17 ao 19 no país. Os tropeiros saíam de Viamão, no Rio Grande do Sul, para Sorocaba, em São Paulo. Eles vendiam mulas e cavalos que eram usados como meio de transporte no ciclo do ouro, no século 17. Nos quase 2 mil quilômetros de trajeto que percorriam pelo interior do Brasil formavam cidades, como a de Castro, que foi fundada em 1857 como a primeira da província do Paraná.

Selas, roupas, chapéus e baús usados pelos tropeiros foram reunidos e formaram um acervo de aproximadamente 1,5 mil peças, que funcionou nos últimos 36 anos na antiga casa de um dos fundadores de Castro, Carneiro Lobo, construída em taipa e com telhas de barro.

O imóvel foi tombado em março de 1978, um ano após a inauguração do museu, como patrimônio histórico do Paraná. O status, no entanto, não garantiu sua conservação. Hoje as portas têm cupins, as paredes têm rachaduras e o piso está cedendo em alguns pontos. Amélia Podolan Flügel, da Seção de Patrimônio Histórico e Cultural da prefeitura de Castro, conta que a mudança do acervo foi necessária. "As goteiras deixavam o piso mais liso e poderia ser um risco porque recebemos muitas crianças aqui", acrescenta.

Sem verba do PAC

O museu é mantido pela prefeitura, mas apoiado pela Associação de Amigos do Museu do Tropeiro. A presidente da Associação, Léa Maria Cardoso Villela, conta que o restauro do museu é esperado desde 2009, quando foi lançado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas.

Na época, a prefeitura de Castro tinha sido elencada entre os municípios paranaenses que receberiam recursos do governo federal para preservação de bens culturais. Mas o recurso não veio. Em agosto deste ano, uma nova rodada de municípios aptos a receber os recursos foi divulgada pelo governo federal. E, novamente, a cidade de Castro não foi incluída.

No Paraná, apenas o município de Antonina, no litoral, foi contemplado e vai receber R$ 36 milhões. O PAC Cidades Históricas vai beneficiar 44 municípios de 20 estados com um montante de R$ 1,6 bilhão. Conforme a assessoria de imprensa do Ministério da Cultura, não há previsão da inclusão de mais municípios no programa.Fotos do acervo do Museu do Tropeiro de Castro

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