O governador Roberto Requião cobrou ontem mais rigor do comando da Polícia Militar no controle do uso de força policial excessiva. O puxão de orelhas ocorreu três dias depois da morte do trabalhador rural Deiviti Maicon dos Santos, de 19 anos. Ele foi vítima de um tiro disparado por um policial das Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone), em Colombo, na noite de sábado. A PM e a Polícia Civil investigam o caso para saber se houve abuso na ação dos policiais.
Desde o início do ano, a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) de Curitiba protocolou 14 denúncias contra policiais militares e civis. As queixas vão desde homicídio e tortura a formação de quadrilha e roubo a mão armada. "Nós não podemos aceitar o embrutecimento da polícia do Paraná. E, de certa forma, estamos vivendo isso. A partir de agora, quero uma postura duríssima em relação aos desvios na ação da nossa polícia", disse o governador, durante a reunião do secretariado de ontem, no Museu Oscar Niemeyer.
Velho golpe
De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Cajuru, Deiviti chegou morto ao local, levado por uma viatura da Rone. A comunicação social da PM garante que não há qualquer irregularidade no fato e é dever dos policiais preservar a vida: ou seja, socorrer a vítima. Mas para José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública e diretor do Instituto Pró-Polícia, "esse é um velho golpe da polícia e uma tolerância das autoridades à violência". Segundo ele, o sistema de resgate a feridos graves também tem que valer obrigatoriamente para casos de confronto. "Em caso de morte no local, deve-se fazer perícia. O que acontece muito é que a polícia mata uma pessoa num confronto e depois socorre o morto, como se diz na gíria policial. Aí se perde a perícia no local e vale a informação de que o sujeito morreu supostamente a caminho do hospital, com dois tiros na cabeça. Quer dizer, já estava morto."
Tiro na nuca
Deiviti levou um tiro na nuca que saiu pela testa. Ele estava na garupa da moto pilotada por seu primo, Tiago Luiz Machado, de 20 anos. Segundo a versão dos policiais, Santos teria atirado contra a viatura da Rone, depois que o primo não obedeceu à ordem de parar o veículo. Uma pistola 380 foi apresentada pelos policiais, como sendo da vítima. O resultado do exame de resíduo de pólvora feito na mão de Santos ainda não foi divulgado. A família do rapaz afirma, contudo, que ele não tinha arma e nunca teve problemas de comportamento. O rapaz, assim como o primo, não tinha passagem pela polícia. Após o suposto confronto no sábado, Machado chegou a ser preso, mas foi solto, na manhã de segunda-feira, por falta de provas. O rapaz garante que o primo estava desarmado e que eles só fugiram por acreditarem que se tratava de um assalto.
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