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Governador diz que grupo criminoso pode estar agindo há 20 anos em MG

O governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), disse nesta quarta-feira (17) que uma "organização criminosa" pode estar agindo impunemente há duas décadas na região de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. Dois jornalistas foram mortos na região entre março e abril deste ano. Um deles, o repórter Rodrigo Neto Faria, do jornal "Vale do Aço", foi assassinado no mês passado em Ipatinga. Ele investigava policiais suspeitos de integrar um grupo de extermínio.

O governador evitou relacionar policiais entre os criminosos, mas disse que, se agentes públicos estiverem envolvidos, a questão é "ainda pior". "Não posso fazer afirmativa sobre o que aconteceu ou não aconteceu, porque eu seria leviano. Mas existem informações e rumores de que existe ali uma organização criminosa que há 20 anos comete crimes de modo impune."

Anastasia afirmou haver "uma grande preocupação" com os assassinatos na região. Hoje, ele se reuniu com o comando da Polícia Militar, a chefia da Polícia Civil e com o secretário de Defesa Social, o promotor Rômulo Ferraz.

Além de Faria, foi morto no domingo o repórter fotográfico Walgney Assis Carvalho, alvo de um atirador que estava em uma moto na cidade de Coronel Fabriciano. Ele era colaborador no jornal onde Faria trabalhava, o "Vale do Aço".Os dois casos estão sob investigação. Ainda não há relação estabelecida entre as mortes dos dois jornalistas.

A Polícia Civil, contudo, já disse que a morte de Faria e outros 14 homicídios ocorridos na região "possivelmente guardam relação de autoria e motivação".Um desses crimes foi o assassinato de um adolescente infrator, em 2008, que teve a cabeça decepada e enrolada em folhas de jornal com reportagens escritas por Faria. A cabeça foi jogada na casa de um capitão da PM que apurava o desaparecimento do adolescente.

Força-tarefa

Anastasia disse não afastar a chance de que seja montada uma força-tarefa com policiais federais para ajudar nas investigações. Por enquanto, porém, ele considera que o trabalho da polícia mineira, com a cooperação da Polícia Federal, tem acontecido em "boa harmonia".

Segundo o governador, apesar de haver necessidade de agilidade, os trabalhos devem ser feitos com cautela para que as investigações sejam eficientes.

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