A palavra do governador Beto Richa (PSDB) está em baixa entre trabalhadores da rede estadual de educação. De acordo com Hermes Leão Silva, presidente da APP-Sindicato, que representa a categoria, educadores e funcionários sentem um descrédito muito grande em relação ao que é proposto e dito pela administração estadual. “Porque o governo não cumpre o que é assumido durante as tratativas, já não cumpriu em outras ocasiões”, explica, lembrando de acordos firmados em 2012 e registrados em atas que não se concretizaram.
Além do receio de que os acordos sejam descumpridos, os educadores consideram as propostas insuficientes para encerrar a paralisação. Entre as reivindicações que não foram tratadas a contento pelo governo estão a implementação dos direitos de promoção e progressão de carreira e o pagamento imediato das férias.
“As propostas foram recebidas de forma negativa, porque não se explicou de maneira satisfatória como os pagamentos atrasados serão quitados e ainda há a questão do despreparo das escolas para receber os alunos. Nossa avaliação é de que tem como rever posições econômicas do estado e administrar os recursos de uma outra forma sem que a educação sofra tantos cortes como aconteceu no início do ano”, sustenta Hermes.
Pesa ainda o fato de que o governador não participou de nenhuma reunião realizada entre representantes sindicais e o governo. “O chefe da Casa Civil é quem fala pelo governador, mas é a palavra do Beto Richa que nos interessa e hoje ela não tem valido muito”, diz o presidente da APP-Sindicato.