O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), confirmou ontem que o governador Roberto Requião (PMDB) vai sancionar a lei antifumo na próxima terça-feira, durante reunião da Escola de Governo. "Aprovamos a redação final do projeto na terça-feira e o presidente Nelson Justus (DEM) vai encaminhar ao governador amanhã (hoje)", disse o deputado à Agência Estadual de Notícias.
Com a sanção, o Paraná torna-se o quarto estado brasileiro a legislar contra o fumo em locais fechados, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas. Legislações semelhantes foram adotadas pelos municípios de Curitiba, Recife (PE), Belém (PA), Foz do Iguaçu, Londrina e João Pessoa (PB). O diretor-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Paraná, Luciano Bartolomeu, anunciou que a entidade aguarda a promulgação para ingressar na Justiça com mandado de segurança contra a lei estadual.
Fumo passivo
Para Romanelli, a nova lei protege os fumantes passivos, como vem ocorrendo em outros países. Conforme lembrou o deputado, dois estudos norte-americanos publicados nesta semana e divulgados na terça-feira pela BBC indicam que as leis antifumo tiveram um impacto bem maior do que o esperado na prevenção de ataques cardíacos.
O primeiro estudo, da Universidade do Kansas, fez uma revisão sistemática de 10 relatórios de 11 regiões diferentes nos EUA, Canadá e Europa que adotaram leis antifumo. Os resultados, publicados no Journal of the American College of Cardiology, indicam que o número de ataques cardíacos foi reduzido em até 26% por ano após a adoção das leis.
A segunda pesquisa, feita pela Universidade da Califórnia e publicada na revista científica Circulation, analisou 13 estudos sobre o tema. Os resultados mostram que a redução do risco de ataques cardíacos após a adoção das leis antifumo chegaram a 17% apenas no primeiro ano. Três anos depois, o risco de ataques cardíacos chegou a cair 36%.
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