Ainda é incerta a transferência de detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, para a Penitenciária Provisória de Curitiba (PPC), o antigo Presídio do Ahú. A medida foi anunciada pelo governo do estado nesta semana, depois da rebelião que destruiu grande parte da PCE na quinta-feira passada. Porém, além de a estrutura da PPC não estar em condições de receber os detentos, a remoção não pode ser feita sem autorização judicial. "Não tem nada ainda definido. Ainda não temos autorização superior para fazer a transferência", afirma o coordenador-geral do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR), Cezinando Vieira Paredes.
Na segunda-feira, o secretário de Estado da Justiça e da Cidadania, Jair Braga, disse que 408 presos de menor perigo seriam transferidos até ontem para o Ahú. A remoção foi remarcada para a próxima semana, depois que o sistema de esgoto da PPC for revisto.
Paredes explica que a transferência de presos para o Ahú é uma opção até que as galerias da PCE sejam reconstruídas. Até ontem, 4 das 11 alas da PCE haviam sido recuperadas. Cerca de 900 detentos continuam nos pátios da penitenciária, sob coberturas. "O pessoal da área de saúde está lá de plantão para atender aqueles que necessitam de algum remédio ou tratamento médico", diz Paredes.
Agentes na função
O governador Roberto Requião contestou matéria da Gazeta do Povo, publicada ontem, que apontou que 14 agentes penitenciários cuidavam diretamente de 1.578 detentos no dia da rebelião. Em sua conta no site de microblog Twitter, Requião disse que "Piraquara tem 240 agentes em turnos". O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, Clayton Auwerter, voltou a dizer que apenas 14 funcionários cuidavam das celas no momento do motim. "Pode ter 30 na escala, mas tiram agentes para o portão de acesso, a inspetoria, o portão externo", diz. "Tiram agentes do fundo da cadeia para atender outros setores. Isso fragiliza a segurança. Pode até haver 240 no papel, mas na prática não tem."
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