Em campanha, Arns prometeu mais vagas
Ofertar atividades de contraturno e ensino integral em 25% das escolas do Paraná foi uma das promessas de campanha do então candidato a vice-governador de Beto Richa, Flávio Arns, hoje secretário de Educação. Durante a campanha, Arns assegurou e registrou em cartório que 500 das 2,2 mil escolas estaduais ofereceriam o programa, bancado integralmente pelo estado ou em parceria com o governo federal. Passados três meses da posse e quase um mês do início das aulas, no entanto, as atividades de contraturno foram paralisadas por causa deuma avaliação interna, vista pela Secretaria de Estado de Educação (Seed) como necessária devido à troca de governo.
Em entrevista à Gazeta do Povo, Arns reassumiu o compromisso, mas afirmou que a prioridade serão municípios com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), a maioria no interior do estado e região metropolitana de Curitiba. "Por enquanto, não é possível pensar se vai haver em Curitiba. Na área metropolitana, com certeza. A tendência é ter escola integral para todos, mas é preciso haver prioridade". De acordo com o secretário, serão necessários mais professores para ministrar as aulas e atividades extras, e os recursos devem vir de várias pastas, como a de Educação e a de Cultura (Seec). Ainda não há um levantamento sobre quantos professores serão contratados, nem quando isso deve acontecer. (VP e MC)
O cancelamento das atividades de contraturno escolar na rede estadual de ensino fez com que cerca de 68 mil alunos, dos ensinos fundamental e médio, deixassem de frequentar a escola no horário alternativo às aulas. O programa, que busca oferecer atividades culturais, educacionais e esportivas aos estudantes fora do horário regular de aula, é adotado no Paraná por 680 escolas. Atualmente, 80 delas são contempladas pelo Programa Ensino Médio Inovador, custeado pelo governo federal e voltado para alunos do segundo grau; 300 escolas são atendidas pelo Programa Mais Educação, também do governo federal e voltado para o Ensino Fundamental; e outras 300 pelo Programa Viva Escola, do governo estadual. Em cada uma delas há cerca de 100 alunos atendidos.A paralisação dos programas tem causado transtorno para os pais de alunos, que dizem não ter onde deixar as crianças enquanto trabalham. A diarista Luzia Ribeiro, moradora do bairro Cajuru, conta que conseguiu uma vaga para o filho Carlos Eduardo, de 10 anos, no Colégio Estadual Santa Rosa, no mesmo bairro, mas que no primeiro dia de aula foi informada que as aulas do contraturno estavam temporariamente canceladas e que não havia previsão de retomada. "Com quem vou deixar o meu filho?", questiona Luzia, que mora a seis quadras do colégio. Ela afirma que, até agora, Carlos Eduardo tem ficado com a avó, que está doente. "Ela não tem saído muito esta semana, mas vai começar a fazer exames e ficar muito tempo fora de casa. Vou acabar tendo de deixá-lo sozinho".
Sem alternativas
A Secretaria de Estado da Educação (Seed) admite o problema. A chefe da Superintendência de Educação do órgão, Meroujy Cavet, afirma que as aulas foram canceladas devido a um processo de avaliação interna das atividades que hoje são oferecidas nas 680 escolas. O objetivo, segundo ela, é catalogar as atividades, fazer um diagnóstico sobre qual tem sido a resposta da comunidade ao que é ofertado e reavaliar se elas sofrerão readequações. "As atividades de contraturno são muito diversas. Demos uma segurada [no programa] para ver se aquela atividade realmente atende a comunidade, ou se ela é pouco atrativa. Se ela não atende, não segura o aluno na escola", diz Meroujy.
A superintendente da Seed afirma que optou por cancelar as atividades, e não mantê-las enquanto a avaliação é feita, para não correr o risco de ter de suspendê-las após já estarem sendo desenvolvidas pela escola. Meroujy afirma, no entanto, que por enquanto a maioria das atividades apresentou resultados positivos na avaliação.
A promessa da Seed é que até a metade deste mês as atividades sejam retomadas nas 680 escolas, até porque a secretaria precisa honrar os convênios feitos com o governo federal por meio do programa Mais Educação e do programa Ensino Médio Inovador. A superintendente afirmou que "os pais podem ficar tranquilos", mas não especificou se o governo oferecerá uma alternativa para as crianças até o prazo dado.
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