A proliferação de mosquitos da dengue e o aumento do número de casos em Paranaguá, no Litoral do Paraná, levaram o governo do Paraná a decretar situação de emergência no município nesta sexta-feira (5). Segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA) na terça-feira (2), Paranaguá já notificou 2,7 mil casos da doença, sendo 931 confirmados e quatro mortes, números que classificam a cidade como em situação epidêmica para a dengue.
Confira a cobertura completa sobre o Aedes aegypti e as doenças ocasionadas pelo mosquito
Curitiba registra primeiro caso importando de zika do ano
A Secretaria de Saúde de Curitiba confirmou a identificação de um caso de zika vírus em Curitiba. É o primeiro caso da doença registrado na capital paranaense neste ano. Trata-se de uma paciente que viajou para o Rio de Janeiro e foi atendida num serviço de saúde da Regional Matriz. Segundo a secretaria, a paciente não está grávida e apresenta boa recuperação. No ano passado, a cidade registrou dois casos importados da doença.
De acordo com a coordenadora do Programa de Controle da Dengue do Município, Juliana Martins, após a notificação do caso foram realizadas ações de bloqueio para evitar que o vírus se espalhe. Nesses casos, é feita uma varredura num raio de 300 metros da residência do paciente infectado. Nela, é feita uma busca por focos do mosquitoAedes aegypti , principal vetor do zika.
A decisão de decretar situação de emergência tem o objetivo de facilitar as ações de combate ao Aedes aegypti, como a contratação de mais agentes e ampliando o monitoramento e o combate de focos de proliferação do mosquito pela cidade, principalmente em terrenos particulares.
“Apesar do apoio financeiro e técnico, Paranaguá enfrenta uma situação particular por ser a primeira vez que registra casos de dengue. O decreto de emergência é mais um apoio para que o município consiga reverter a situação de epidemia”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
Ações de combate
Mais casos no Paraná
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, disse em entrevista coletiva que novos casos de zika foram confirmados no estado desde a última terça-feira (3), mas não informou quantos exames deram resultado positivo para a presença do vírus. Ainda não há certeza se o vírus foi contraído dentro ou fora do estado.
Durante a coletiva, o secretário também anunciou uma nova metodologia empregada para detectar casos de dengue, chikungunya e zika no Paraná.
O plano de ações imediatas do governo do Paraná inclui a liberação de R$ 4 milhões para auxiliar a prefeitura de Paranaguá no combate à doença, o que deve possibilitar a contratação de mais 50 agentes sanitários e o reforço dos equipamentos, como locação de caçambas, transporte e destinação de materiais abandonados, locação de máquinas de limpeza e outros materiais.
Outros R$ 4 milhões também estão previstos para a execução de um programa para o controle de zoonoses, que será desenvolvido no município pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) entre 2016 e 2017.
Número de casos de dengue subiu 28% no Paraná
O boletim epidemiológico da dengue, zika e chikungunya divulgado na terça-feira (2) pela Sesa mostrou um aumento de 28% no número de casos confirmados de dengue no Paraná: 3.444 ocorrências, sendo que a grande maioria (3.102) é autóctone, ou seja, a dengue foi contraída em território estadual.
Apesar desse aumento, o número de municípios em situação epidêmica – com mais de 300 casos por 100 mil habitantes – continua em 11 (Munhoz de Mello, Santa Isabel do Ivaí, Paranaguá, Cambará, Mamborê, Itambaracá, Guaraci, Rancho Alegre, Santo Antônio do Paraíso, Assaí e Nova Aliança do Ivaí).
O número de óbitos pela dengue não aumentou. São cinco casos confirmados no estado, quatro em Paranaguá e um em Foz do Iguaçu.
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