Salgado vai convocar Anatel, Telefónica e Editora Abril

São Paulo – O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse ontem que apresentará requerimento pedindo a convocação de representantes da Editora Abril, da Telefónica e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o esclarecimento de denúncias de irregularidades feitas pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), relativas ao processo de transferência societária da concessionária de tevê por assinatura TVA à companhia telefônica.

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Brasília – O governo e o PMDB fecharam um acordo tático para encerrar, até o fim do mês, o processo disciplinar que ameaça o mandato do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A administração federal quer apressar o desfecho do caso Renan para facilitar a aprovação da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Os líderes governistas e de partidos da base avaliam que só haverá condições de reunir o mínimo de 49 votos para aprovar o chamado imposto do cheque se os aliados conseguirem, antes, pacificar o ambiente político e pôr um ponto final na crise, sem melindrar o partido dele.

Nos cálculos do Poder Executivo, a solução mais simples para superar a crise política é a permanência de Renan na presidência do Senado. O Executivo sabe que a sucessão no comando da Casa abriria uma disputa interna na legenda, rachando a maior sigla da base de apoio. Este cenário é inconveniente porque as seqüelas do racha peemedebista, fatalmente, comprometeriam a aprovação da CPMF.

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Diante deste quadro, a idéia é apressar a apresentação e votação do relatório no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Os amigos de Renan dão como perdida a batalha no Conselho de Ética e estão determinados a liquidar o assunto no plenário nas próximas três semanas, onde prevêem que o senador será absolvido. A partir daí, todos aguardam "um bombardeio da imprensa e da opinião pública". Por isto, a estratégia é encerrar o caso até o fim do mês, reservando os 30 dias de setembro para administrar as resistências na base à eventual permanência de Renan no comando do Senado.

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Em busca de relatores para as novas representações contra Renan Calheiros, o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), excluiu os colegas da oposição e aqueles tidos como independentes. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que aceitaria a "missão", mas que não foi convidado. "Relator existe. Não existe quem eles querem que seja, alguém dócil, controlável", criticou. Segundo ele, outros senadores com disposição de aceitar a tarefa nem mesmo foram consultados por Quintanilha, como os senadores Jefferson Péres (PDT-AM) e Eduardo Suplicy (PT-SP).