A conclusão do 1.º Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira é uma das principais iniciativas do governo federal dentro da Política Nacional sobre o Álcool, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio. O objetivo, explica a secretária-adjunta da Senad, Paulina Duarte, é usar os dados para criar políticas públicas que reduzam o uso indevido de bebidas alcoólicas e, conseqüentemente, a associação com a violência e a criminalidade.
Entre essas medidas estão fiscalização mais severa da venda a menores de idade, a proibição da venda em rodovias federais, a regulamentação de horários para propagandas e o treinamento de educadores e representantes da sociedade. Recentemente, 15 mil conselheiros tutelares e dos direitos da criança e do adolescente foram capacitados pela Senad a fazer a articulação para a prevenção entre as comunidades e o poder público. "Não podemos desconsiderar o impacto negativo do álcool na segurança e na saúde pública", alega Paulina.
Como exemplo, ela cita números do Sistema Único de Saúde (SUS). De janeiro de 2002 a junho de 2006 o SUS gastou R$ 36,8 milhões no tratamento de dependentes de álcool e outras drogas. Já as internações e procedimentos médicos relacionados ao uso de álcool e drogas (como acidentes de carros causados por condutores bêbados) custaram R$ 4,3 milhões ao SUS.
Sobre a acusação de que o poder público se submente ao lobby da indústria de bebidas, Paulina lembra que o setor participa da economia do país. Portanto, a questão exige equilíbrio. "A Câmara de Políticas Públicas para o Álcool vem tomando este cuidado para não prejudicar nem a sociedade e nem os empregos gerados pelo setor", alega.
