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Fronteira

Governo ignora protesto e vai manter rigor na fiscalização

Michel Temer: "Operação Ágata traz prejuízo ao contrabando, ao descaminho e é um resultado positivo" | Christian Rizzi / Gazeta do Povo
Michel Temer: "Operação Ágata traz prejuízo ao contrabando, ao descaminho e é um resultado positivo" (Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo)

Em meio a protestos de comerciantes e sacoleiros na Ponte da Amizade, o vice-presidente da República, Michel Temer, esteve ontem, em Foz do Iguaçu, para anunciar os números da primeira semana da Operação Ágata. Temer disse que, apesar das manifestações, o governo manterá o rigor nas ações de combate ao contrabando e narcotráfico na região. Ontem, os manifestantes bloquearam a ponte por cerca de seis horas. Eles reclamavam do impacto da ação militar desencadeada pelas Forças Armadas no setor comercial de Foz e Ciudad del Este.

"A Operação Ágata traz prejuízo ao contrabando, ao descaminho e é um resultado positivo. Se não fosse a operação talvez não houvesse essa manifestação. Agora compreendendo naturalmente a angústia daqueles que de alguma maneira, ainda que ilicitamente comercializam, mas o fato é que trata-se de um ilícito", argumentou o vice-presidente, que é coordenador do Plano Estratégico de Fronteiras, no qual está prevista a Operação Ágata. Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniram com militares durante 40 minutos e depois fizeram um sobrevoo de helicóptero pela região. Logo após o almoço, eles deixaram a cidade.

Insatisfação

No lado paraguaio, a ponte foi fechada pelos chamados ‘paseros’ – trabalhadores que transportam hortifrutigranjeiros de Foz do Iguaçu para Ciudad del Este. Os manifestantes reclamam do arrocho da fiscalização na aduana de Ciudad del Este e do valor da cota de US$ 150, estipulada pelo governo paraguaio para limitar a compra de mercadorias no Brasil. Ele reivindicam uma cota de US$ 1 mil. O movimento paraguaio também contou com apoio de taxistas e comerciantes de Ciudad del Este que se dizem prejudicados pela fuga de compristas em razão da operação brasileira.

Na aduana brasileira, o protesto foi engrossado por mototaxistas, sacoleiros e comerciantes. Empresário na Vila Portes, Lindomar Ferreira diz que o movimento no comércio do bairro caiu 70% após o início das operações na fronteira. "Foz do Iguaçu não tem emprego e empresas. O pessoal depende da muamba e fica sem dinheiro para comprar um botijão de gás", diz.

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