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O governo Lula, por meio do Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lançou um edital para distribuir R$ 1,5 milhão para “iniciativas de povos de terreiros e comunidades de matriz africana, que atuem com economia do axé, cultura e agroecologia”. O MIR é comandado pela ministra Anielle Franco.
Segundo o comunicado do MIR, publicado no dia 22 de janeiro de 2024, poderão participar da concorrência organizações privadas sem fins lucrativos, organizações da sociedade civil e grupos ou coletivos sem personalidade jurídica.
Batizado de Edital Mãe Gilda de Ogum 2024, a concorrência foi organizada pelo secretário de políticas para quilombolas, povos e comunidades tradicionais de matriz africana, povos de terreiros e ciganos do MIR, Ronaldo dos Santos.
“A data escolhida para o lançamento do edital faz parte do compromisso do Governo Federal com o fortalecimento das comunidades de matriz africana e com a memória de Mãe Gilda, que após ter seus problemas de saúde agravados em consequência dos ataques de ódio direcionados à sua imagem, depredação do seu terreiro, agressões verbais e físicas sofridas por representantes de outras religiões, sofreu um infarto e morreu vítima de racismo religioso, aos 65 anos, em 21 de janeiro de 2000”, diz um trecho do comunicado do MIR.
A data da morte de Mãe Gilda foi usada como marco para o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
A religiosa homenageada pelo governo no edital trata-se de Gildásia dos Santos e Santos, conhecida como Mãe Gilda, fundadora do terreiro Axé Abassá de Ogum, que fica em Salvador (BA).
Com bastante respaldo junto ao governo da Bahia, comandado pelo petista Jerônimo Rodrigues, o terreiro de Mãe Gilda também tem uma atuação política junto a candidatos da esquerda.
Em 2022, durante a corrida eleitoral, o evento de lançamento da candidatura à deputada federal de Vera Lúcia Barbosa, conhecida como Lucinha do MST, foi feito no terreiro Axé Abassá de Ogum.
“Estamos colocando nosso bloco na rua e esse é apenas um capítulo de uma trajetória de garra, luta por direitos e muito acolhimento. Parabéns, Lucinha do MST. Seguiremos em marcha! A campanha continua! Por liberdade religiosa, democracia e vida”, diz uma publicação sobre o evento compartilhada no Instagram do terreiro à época.
Candidata do PT, Lucinha não foi eleita, mas conseguiu ficar na suplência. Atualmente, Lucinha é secretária Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do partido e é a responsável pelo relacionamento entre o PT e os movimentos sociais.