Rede de Atenção à Saúde Mãe Paranaense

A rede é composta por três programas do estado, cada um voltado para um nível de atenção à gestante e ao filho.

Atenção primária: ligado ao Plano Diretor de Atenção Primária à Saúde no SUS (APSUS). As gestantes passarão por, pelo menos, sete consultas e 17 exames pré-natal. Ao todo, são 80 unidades para o atendimento primário, com previsão de construção de 30 novas unidades.

Atenção secundária: recursos do Programa Estadual de Apoio dos Consórcios Intermunicipais de Saúde (Comsus). Serão estruturados ambulatórios equipados com aparelhos e profissionais voltados às gestantes de maior risco e às crianças também com risco elevado no desenvolvimento no primeiro ano de vida.

Atenção terciária: vinculado ao Programa de Qualificação dos Hospitais Públicos e Filantrópicos do SUS do Paraná (Hospsus). Centros médicos e equipes especializadas em casos específicos de risco (normal, intermediário e alto) para o parto.

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O governo do Paraná lançou nesta quarta-feira (2) uma nova rede de assistência a gestantes e bebês recém-nascidos. Com o objetivo de diminuir as mortalidades infantil e materna no estado, que são as maiores do Sul do Brasil, o governador Beto Richa assinou o lançamento da Rede de Atenção à Saúde Mãe Paranaense. O objetivo é atender às gestantes e aos recém-nascidos em diferentes regiões do estado, com atenção especial para as áreas com maiores índices de mortalidade infantil e materna.

A Rede é composta por três programas de atendimento na rede pública. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) divide o regime de assistência em três setores de atenção (primária, secundária e terciária), de acordo com a gestação, desenvolvimento da criança e o parto. Em cada um dos estágios as mães e recém-nascidos receberão assistência e consultas especializadas. Os profissionais de saúde passaram por capacitação para formar equipes de especialistas nos diferentes tipos de atendimento.

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Segundo a superintendente de atenção à saúde da Sesa, Márcia Huçulak, na atenção primária, o primeiro passo é rastrear e classificar as gestantes conforme o risco da gestação. Na atenção secundária, a intenção é voltar o atendimento para gestantes de risco e preparo de pediatras especialistas para crianças entre zero e um ano de idade. A atenção terciária tem como objetivo o atendimento do parto de acordo com a situação da gestante. "A classificação de risco feita na atenção primária vai vincular a gestante e a criança ao hospital especializado", afirma.

Mortalidade

Um dos principais objetivos da Rede Mãe Paranaense é diminuir as taxas de mortalidade infantil do Paraná, considerada a maior da Região Sul. Dados da Sesa apontam que no estado o índice foi de 12,12 crianças mortas para cada mil nascidas em 2010. Em Santa Catarina, o índice foi de 10,41 por mil e no Rio Grande do Sul chega a 11,18, de acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do governo federal, em dados prévios. No Brasil, a mortalidade infantil, em 2010, foi de 15,6 óbitos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já as taxas de mortalidade materna apontam 63,8 óbitos para cada 100 mil gestantes no Paraná em 2010, segundo a Sesa. Dados preliminares do SIM apontam que a taxa no Rio Grande do Sul seria de 59,29 e em Santa Catarina o índice chegaria a 27,21 por cem mil. Em Curitiba, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, são 38,4 mortes para cada 100 mil em média, entre 2008 e 2010: quase metade do índice paranaense. No Brasil, a taxa é de 64,74 óbitos em 100 mil gestantes, de acordo com o SIM.

De acordo com a superintendente Márcia Huçulak, algumas cidades do estado ainda apresentam índices acima da média nacional nos dois casos. "Em regiões como de Guarapuava, Irati e Cornélio Procópio teremos que dar uma atenção especial e tentar entender os motivos que levam a esses números elevados", explica. Em Curitiba, o índice de mortalidade infantil é de 9,11 por mil nascidos vivos em 2010, segundo dados do IBGE.

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