Operação Yanomami: realizada em abril de 2023. Indígenas reunidos após chegada de comida.| Foto: EBC/TV BRASIL
Ouça este conteúdo

A força-tarefa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no território dos Yanomamis não tem sido tão eficaz para evitar o mesmo padrão de mortes nos anos anteriores.

CARREGANDO :)

O informe mais recente do Centro de Operações de Emergência (COE) Yanomami, do Ministério da Saúde, divulgado no último dia 26 de setembro, mas com dados até 25 de agosto, mostra que já foram registrados 190 óbitos de indígenas na região, sendo que 93 (49%) se trata de crianças menores de quatro anos.

Doenças infecciosas (pneumonia - 44; malária - 23; e tuberculose - 3) são as principais causas das mortes. A desnutrição também segue em patamares bastante elevados – foram 28 mortes até o dia 25 de agosto por esse motivo, sendo 12 a mais do que o levantamento divulgado no início de julho. E o informe ainda aponta que cerca de 133 óbitos ocorreram no território indígena.

Publicidade

A título de comparação, ao longo de 2022 foram contabilizados 209 óbitos, enquanto em 2021 foram 249. A se manter os números até aqui, ao final deste ano o número de mortes ultrapassaria a média dos anos de 2018 a 2022 (excluindo 2020, auge da pandemia da Covid-19, quando o número de óbitos foi impactado pelo vírus), que é de 238 ao ano.

No início do mandato, o governo Lula explorou amplamente a crise na região para desgastar a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e valorizar a atual gestão. Além do presidente Lula (PT), o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, chegou a usar o alto número de mortes entre yanomamis para sugerir que haveria um genocídio em curso por parte do governo anterior.

Um relatório divulgado no início de agosto, feito por três associações do povo Yanomami , apontou que as ações do governo petista não estão sendo suficientes para evitar a ação de garimpeiros na área e melhorar a saúde dos indígenas. O documento alertou para o aumento de doenças e, consequentemente, o número de óbitos, o conflito entre as comunidades e a cooptação de jovens para o crime organizado.