Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Justiça

Governo nega prisão de terrorista

Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, desmentiu ontem notícias de que o estrangeiro preso pela Polícia Federal em São Paulo, no último dia 26, por cometer crimes de racismo na internet, integre a organização terrorista Al-Qaeda. Em entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Tarso disse que a PF não abriu inquérito para apurar indícios da presença de terroristas no país. "Nós não estamos trabalhando com essa perspectiva", afirmou. "A legislação brasileira é uma legislação bastante confortável pra combater qualquer tipo de delito e aqui no Brasil a Polícia Federal não tem nenhum inquérito sobre célula terrorista ou célula da Al-Qaeda." A suposta presença do terrorista foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Na entrevista, Tarso evitou até mesmo divulgar a nacionalidade do estrangeiro suspeito de atuar como célula da Al-Qaeda, que ainda estaria preso. "O que eu posso informar é que se trata de um cidadão estrangeiro que estava cometendo crimes pela internet, crimes previstos na legislação brasileira – são crimes ordinários e comuns – e foi apanhado por conta de uma investigação também comum que a Polícia Federal faz a partir de determinadas denúncias."

Tarso ressaltou que a PF tem controle "muito forte" nas regiões mais propícias à presença de terroristas, como as de fronteira. "Aqui no Brasil não tem nenhuma célula de atividade terrorista de qualquer tipo de organização, até porque temos um controle muito forte sobre isso em todas as regiões em que possa existir qualquer suspeita", afirmou. "Se esse cidadão tem ou não relações políticas e ideológicas com países ou com correntes de opinião no mundo, isso para nós não é uma questão institucional ou legal", completou. "Ele foi preso por um motivo: ele estava cometendo delitos, entre eles racismo, pela internet. Essa foi a motivação do inquérito e a motivação da prisão."

O ministro disse que não foi procurado pelo governo norte-americano para esclarecimentos sobre a prisão do estrangeiro. "Não procurou e creio que não vai procurar, porque se trata de um delito comum aqui na legislação brasileira", afirmou. Em nota divulgada anteriormente, a PF destacou que o estrangeiro foi indiciado no artigo 20, parágrafo segundo, da Lei 7.716/89, por crime de racismo.

Desrespeito

O presidente Lula não conseguiu esconder a irritação quando comentou a prisão do suspeito. "A informação que eu tenho, do ministro (da Justiça) Tarso Genro, é que o cidadão foi preso, que a Polícia Federal está investigando sob sigilo de Justiça e, portanto, ainda não tem nenhuma conclusão para acusar a pessoa", afirmou. "Parece que a denúncia não partiu do Brasil e acho desrespeitoso alguém de fora dar palpite sobre um cidadão, independentemente de sua origem, que foi preso e está sendo processado. Essa não é uma boa política e o Brasil não tem o hábito de dar palpite sobre as coisas que acontecem no mundo."

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.