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Operação Navalha

Governo nega ter investigado Rondeau

Brasília – O gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República divulgou nota ontem negando que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha investigado as contas do ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau e do seu ex-assessor, Ivo Costa, suspeitos de envolvimento no esquema da máfia das obras públicas. A reportagem foi manchete na edição de ontem do jornal Correio Braziliense.

De acordo com a nota, o general Jorge Armando Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, não solicitou a investigação, nem a Abin realizou tais investigações, "carecendo de fundamento, desse modo, as informações veiculadas pelo jornal". A nota acrescenta que a Abin, órgão vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional, "tem suas atividades voltadas exclusivamente para produção de conhecimentos relativos à segurança da sociedade e do Estado brasileiro".

De acordo com a reportagem do Correio Braziliense, três meses antes de serem degolados pela Operação Navalha da Polícia Federal, o então ministro de Minas e Energia e o assessor Ivo Costa foram alvos de investigação da Abin. A reportagem do jornal da capital federal mostra ainda que os arapongas descobriram que as movimentações bancárias deles estavam muito acima dos rendimentos declarados à Receita. Transações imobiliárias também levantaram suspeitas, segundo a reportagem.

Na quarta-feira à noite, Rondeau prestou depoimento por quase duas horas para a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), relatora do inquérito da Polícia Federal que investiga suposta máfia que fraudava licitações de obras públicas. Rondeau deixou o STJ por volta das 20h sem falar com a imprensa.

Ontem a ministra Eliana desbloqueou as contas bancárias de oito investigados na Operação Navalha e, em relação às outras pessoas e às empresas que são alvo dessa investigação, liberou a movimentação mensal de R$ 20 mil em cada conta corrente. Relatora do inquérito que apura atuação de quadrilha que fraudava licitações e obras públicas, Calmon também decidiu devolver veículos e objetos apreendidos na operação.

Os automóveis serão devolvidos a partir de 5 de junho, após perícia da Polícia Federal e "avaliação caso a caso", que será feita pela ministra. Os objetos apreendidos também serão periciados, e a devolução deles dependerá da aprovação de requerimento "fundamentado".

Em relação às contas bancárias, ela estabeleceu que aplicações e saques "mais elevados" ficarão submetidos à verificação judicial.

Eliana tem ouvido dos suspeitos na máfia das obras explicações no mínimo inusitadas para os flagrantes da Polícia Federal. O ex-secretário de Desenvolvimento Urbano da prefeitura de Sinop (MT), Jair Pessine, alegou que uma sacola preta carregada por ele até o prédio da Gautama, em Brasília, continha, na verdade, vinho.

Já Vicente Coni também deu sua versão à ministra. Ele negou que oferecesse vantagens a servidores e alegou que, apenas "por delicadeza e para agradar", levava "cocadas" compradas na Bahia, onde é a sede da empresa.

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